Capítulo 01 - O grande dia

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Nunca acreditei em lendas urbanas, dessas que assistimos no cinema e em tvs. Costumava ser do tipo de pessoa, que só acredita vendo. Não que eu quisesse ver algum dia!
Nasci em uma família rica, o meu nome é Liza Park, sou mestiça de norte americana com coreano e naquele ano completei 18 anos.
O meu pai, Park Joosen, sempre disse o quanto era importante fazer o intercâmbio na Coréia assim que completasse os meus 18 anos. Nunca entendi essa necessidade, mas ele sempre explicou que era importante para a família. O meu pai acha que na Coréia o nível educacional é superior à qualquer outro lugar do mundo (um tanto egocêntrico eu acho).
Infelizmente mesmo tendo 18 anos não era dona do meu nariz, quanto gostaria de ser, então eu fui.
Era inverno, preparei as malas e o meu pai me levou ao aeroporto. Ao se despedir ele disse: - Liza, nunca esqueça de voltar para casa antes da madrugada cair, prometa!
Eu respondi: - Ok, eu prometo!
Não entendi muito bem, mas logo entenderia, em um futuro nada distante.
Ao chegar em Seoul, fui recebida por minha amiga Lee Jinjoo, ela também havia completado 18 anos, fazíamos ano no mesmo mês. A cidade estava linda e ela mais linda ainda.
Perguntei se iríamos ficar com algum responsável, Jinjoo informou que ficaríamos sozinhas, pois a tia dela havia viajado. Nem acreditei, eu disse: - O quê? Sozinhas? Não acredito, liberdade então?
- Liberdade amiga! Respondeu Jinjoo.
Chegando à mansão, me surpreendi com tamanha beleza, era enorme e luxuosa, muitas árvores e flores magníficas no jardim. O que mais me prendeu a atenção, o lago imenso e de águas escuras.
O frio não foi um problema, a casa era toda aquecida, assim como muitas outras em Seoul. Apesar de estarmos numa cidade grande, a mansão se localizava em um local bem afastado do barulho da cidade.
Após arrumarmos todas as coisas, Jinjoo resolveu que deveríamos sair para comemorar a nossa primeira noite.
- Liza, vamos beber!
- Jinjoo, não deveríamos descansar e nos preparar para o início das aulas?
- De jeito nenhum, liberdade não é todos os dias que se tem. Ao menos por hoje, vamos!
Sem que eu soubesse, me comprou um vestido lindo, preto, decotado, na altura dos joelhos, com um forro de renda e por baixo um maravilhoso cetim. Os sapatos eram pretos também, saltos não tão altos, uns 8cm, estilo boneca, presos aos tornozelos, com toque aveludado. Me senti incrível com essa produção.
- Jinjoo, obrigada! O vestido e os sapatos, são lindos.
- Fico feliz que tenha gostado. Termine a sua maquiagem e vamos nos apressar. Quero aproveitar ao máximo.
Por volta das 22 horas partimos, em um luxuoso carro conversível na cor vermelha. Chegamos ao centro da cidade, onde encontramos as melhores baladas, os melhores bares e restaurantes. Resolvemos parar em uma danceteria, fomos direto ao bar, enquanto bebíamos alguns drinks, pude notar alguém que olhava de longe.
Do outro lado do bar, sentado com amigos, olhava para nós de forma penetrante. Claro que tentei disfarçar, mas era quase impossível não retribuir o olhar, que mesmo entre as luzes e em meio à escuridão da danceteria, tinha uma enorme presença. Chamei discretamente a Jinjoo para que visse também, mas ao olhar de volta, ele havia sumido. Parecia ser alto, pele clara, traços finos. Queria ter visto mais detalhes, queria ter ido mais perto.
Às 05 horas da manhã, após dançar e beber até quase cair, resolvemos ir para casa. Estávamos exaustas e por mais que eu tivesse tentado procurar com os olhos, ele não estava mais lá.

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