Capítulo 1

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- Eu não acredito, não consegui pagar a hipoteca da casa e vou ser despejada em breve, o que vou dizer ao meu mano que está fora a estudar, que perdi a casa dos nossos pais. - expresso em voz alta o quanto estou tramada, em busca de uma solução milagrosa... toca a campainha interrompendo os meus pensamentos, vou em direção da porta com esperança que não seja já o banco a final de contas deram quatro dias para resolver a alhada em que me meti.

Assim, que abro a porta à minha amiga entra de rompante e começa logo atirar:

- Eu não acredito, ele voltou a acabar comigo. Estou farta disto, nunca mais volto para ele, parece as crianças que não sabem o que querem... - não terminou a sua frase assim que me encarou - Mia, que cara é essa o que aconteceu?

Entro em desespero e começo a chorar, ela vem a correr abraçar-me e diz:

- Diz-me o que é que aconteceu? Estou a ficar preocupadíssima.

- Vou ser despejada, todo o que me resta dos meus pais vai desaparecer e o meu irmão nunca me vai perdoar por perder algo tão precioso para nós. - digo entre choro - Oh meu Deus, como é que vou resolver a situação em quatro dias, como!?

- Oh, minha amiga, nem sei como te posso ajudar, se eu tivesse dinheiro, eu emprestava te e pagavas-me quando desse, mas não o tenho e não te consigo ajudar. - disse-me abraçando-me - Eu aqui chateada com um puto e tu com problemas sérios.

- Só quero esquecer o que me esta acontecer.

- Olha, já somo duas por situações diferentes, mas também só quero esquecer o que aconteceu e seguir para a frente.

Ficamos as duas paradas durante um bocado, quando reparei que nem tínhamos saídos perto da porta.

- Já que estás aqui não queres ir ali te sentar no sofá? - pergunto.

A casa dos meus pais e agora minha, e do meu irmão por herança, tem a porta de entrada e dá logo diretamente para a sala. Não dissemos mais nada apenas caminhamos para o sofá e senta-nos, cada uma com a cabeças nos seus pensamentos.

- Quando vim aqui estava a pensar numa vingançazinha, mas ver te nesse estado fez-me pensar que talvez não fosse boa ideia. - disse-me numa voz muito pensativa - Mas agora acho que ia te fazer bem, estava a pensar ir a um bar no outro lado da cidade que se chama "Máximo Club".

- Ai! Não, Cristina, não vou a bar, discoteca nem boate contigo!! - digo com firmeza.

- Porquê? Até te ia fazer bem aliviares um pouco a cabeça e não pensares nisso! Quem diz que ao aliviares a cabeça não encontras uma solução!? - diz-me tentando me convencer - Para além disso, quero me vigar do Ken. - Termina ela com um beicinho

- Podes te ir vingar sem mim! Não precisas de mim para o fazer. - digo-lhe - Para além disso, tenho problemas para resolver, não quero perder a casa.

- Eu sei, eu sei, mas eu queria mesmo que fosses comigo, quem vai cuidar de mim quando ficar, podre de bêbada, vais deixar que algum tarado se aproveite da tua amiga que está a recuperar de um coração partido!? - argumenta ela, acaba por me dar a volta. Com aquele argumento de a deixar a merce de algum tarado, não tinha contra argumento.

- Também! - digo revirando os olhos enquanto a minha amiga dá um guincho de vitória e me abraça.

- Vai lá trocar de roupa, que eu fico aqui a tua espera.

Vou até ao meu quarto que fica a meio do corredor, e visto qualquer coisa simples uma camisa branca aberta até mais ou menos a meio do peito, deixado um bom decote no meio, e umas calças de ganga, uns saltos altos e um casaco para terminar. Não queria ir muito produzida, mas também queria ir minimamente arranjada.



Chegamos ao dito bar e a música estava aos berros e eu sem qualquer tipo de vontade para estar ali, que a música se tornava insuportável. A Cristina chegou ao bar e pediu logo uma bebida para nós, deu um golo, agarrou na minha mão para me puxar para o meio da pista. Enquanto eu tentava perceber como era realmente o bar, quando chegamos ao meio estava uma multidão de gente ao nosso redor. Quando olho para cima vejo uma pequena varada, algo me chama a atenção, um homem incrivelmente bem vestido, com uma camisa branca e fato preto, e uns sapatos envernizados a combinar, também eles pretos. Fico hipnotizada a olhar para ele e quando dou por mim estou as subir as escadas na direção dele.

- Michele, será que me podias emprestar dinheiro para pagar a hipoteca da minha casa. – quando me apercebo das palavras que acabei de proferir, entro em choque, queria um buraco para me enfiar, estupida, estupida, tentei desfazer a merda que tinha feito, mas já era tarde de mais

- Desculpa, não nos vemos desde dos tempos da escola e a primeira coisa que tu fazes mal me revês é me pedir dinheiro, mas eu tenho cara de banco!! – responde-me ele

- Desculpa, desculpa, não sei o que me deu. Eu vou me embora. – dito isto, virei costas desci as escadas a correr, desapareci no meio da multidão, mas ainda me sentia observada, olhei para cima e os olhos dele seguiam-me.

Só queria encontrar a Cristina e sair dali, mas onde é que está ela quando eu preciso dele. Nesse momento entra um homem que tinha idade para ser meu pai, agarra-me no braço e diz:

- A menina, não venha trabalhar para aqui este homem pega em meninas inocentes e vende-as a outros homens.

- Largue-me. – disse, enquanto tentava que ele me largasse o braço. Nesse momento, aparece uma empregada de mesa

- Pai, o que fazes aqui? – questiona a empregada ao homem que agarrava o braço

- Estou aqui para impedir o teu patrão de fazer mais vítimas.

- Pai, isso são coisas da tua cabeça. Já te disse que isto aqui não é nada como tu pensas.

- O QUE É QUE SE PASSA AQUI? – ouço a voz do Michele atrás de mim, merda ele outra vez não

- Estou a proteger esta menina de pessoas como tu. – afirma o homem apontando o meu braço na direção dele.

- Meu senhor, já lhe explicamos que aqui não acontece nada daquilo que dizem por aí, eu não vendo a sua filha, nem nenhuma das minhas empregadas a nenhum homem. Se elas fazem alguma coisa e por autorrecreação dela, eu não tenho nada haver com isso, a não ser que isso aconteça nas horas de serviço, tirando isso elas são livres para fazerem o que quiseram. – disse Michele calmamente – Agora, podia largar a menina, por favor. Ou vou ter de chamar a segurança, para o tirar do meu clube.

Não sei explicar o que aconteceu de seguida, só sei que ouve um sinal por parte do Michele e dois seguranças agarram no homem que me estavam a agarrar no braço até então, e o arrastaram para fora do bar.

Esfreguei o braço na zona onde tinha estado a mão do senhor, para alivar adormecia que sentia por ele ter estado a agarrar com tanta força. O Michele virou-se para a sua empregada de balcão e disse:

- Podes voltar ao trabalho. – depois virou-se para mim e disse – Como te sentes? Está tudo bem?

- Sim, estou bem. Vou procurar a minha amiga e sair aqui, já apanhei vergonhas suficientes para o resto da vida.



No outro dia de manhã...

- Como assim a hipoteca já está paga? – pergunto ao meu gestor de conta.

- Fizeram o pagamento da hipoteca, é todo o que lhe consigo dizer menina. – informou-me ele.

- Muito bem. Obrigada. – sai do banco, tinha estado a preparar todo o discurso, mas depois está pago como é que possível. Já no exterior do banco, o meu telemóvel toca.

- A hipoteca da tua casa e do teu irmão está paga. – ouço a voz do Michele no outro lado do telefone – Em troca vens trabalhar para mim, posso ainda te ajudar com as contas e com as despejas do estudos do teu irmão. Não há como fugir, por esse motivo vem te encontrar comigo na morada que vais receber por sms.

Onde é que eu me fui meter, as palavras do pai da empregada dele não me saiam da cabeça. A única coisa que eu sabia é que tinha de me acabado de meter com o miúdo mais estranho dos meus tempos de escola. O que será que o famoso Michele Morrone, queria de uma pessoa como eu!?

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⏰ Última atualização: Jul 23, 2021 ⏰

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