Único

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O sol se encontrava alto no sol quando o homem de longa capa negra atravessou a ponte que daria ao país das ondas. Há muito anos Sasuke não pisava por ali, não se lembrava qual havia sido a última vez, mas estava de passagem, talvez ficasse por ali apenas alguns dias, nunca ficava muito tempo mesmo. Desde que tinha saído da vila da folha aos seus treze anos, não conseguia ficar muito tempo em casa, havia adquirido aquela natureza nômade onde sentia sempre a necessidade de viajar para lugares novos e se certificar de que a paz ainda prevalecia no mundo. Pelo bem daqueles que amava, mesmo que às vezes a saudade apertasse seu peito e o que ele mais quisesse fosse correr para casa, abraçar seus amigos, sua filha, amar o idiota do seu marido.

Falando no mesmo, se lembra de semanas atrás terem discutido, o motivo? Naruto não queria permitir que saísse da aldeia, dizia que o Uchiha não poderia sair daquela vez e que precisava dele ao seu lado, mas Sasuke sabia que não era verdade e que Naruto apenas queria sua atenção no fim das contas, se sentiu culpado ao cruzar os portões de Konoha, não queria partir estando brigado com o homem que amava, mas tinha afazeres a fazer e não os podia adiar.

Parou no meio da ponte, uma sensação forte de deja vu atravessou seu corpo, havia sido naquela ponte que admitiu para si mesmo que Naruto não era um simples rival, havia sido ali que tinha admitido para si mesmo que se importava com o idiota, que ele era seu amigo. Naquela época nem sequer sonhava em se apaixonar pelo garoto, mas seu coração já começava a amolecer por aquele idiota, ele era sua fraqueza no fim das contas.

Chegando do outro lado da ponte, enxugou sua testa com a única mão que tinha, estava muito calor, o verão em julho chegava a ser insuportável, e estando tão perto do mar era bem pior.

Ao adentrar a cidade, foi cumprimentado por civis que se afeiçoaram a si com o passar do tempo. Sasuke ainda era bastante temido pelas pessoas, muitas ainda se lembravam do seu passado grotesco, onde não tinha pena de ninguém e estava mergulhado e cego em um mar de ódio e revolta, mas com o passar do tempo, com sua redenção bem sucedida e o auxílio que ele prestava constantemente as pessoas, ele foi conquistando aos poucos a confiança das pessoas.

Fez questão de passear por toda a cidade analisando a situação em que se encontrava, o país das ondas havia progredido exponencialmente com o passar dos tempo, o tempo em que Gatou tinha aterrorizado aquela população sendo apenas uma lembrança bem distante, as pessoas tinham emprego, prosperavam bem e não faltava nada para ninguém, nem parecia que um dia os cidadãos tinham passado fome com os mercados vazios.

Depois de uma longa manhã ajudando moradores, Sasuke já estava pensando onde iria em seguida, não tinha nada para fazer no país das ondas, mesmo tendo passado uns dois anos longe.

Estava caminhando de volta para a ponte, a famosa ponte Naruto, que era a única rota de saída do local, quando avistou algo bem familiar nos céus que vinha até si. Era uma das águias desenhadas de Sai, não tinha como não reconhecer.

Achou estranho, Konoha quase nunca lhe mandava cartas, já sabendo que ele não parava nos lugares por muito tempo e que suas respostas poderiam demorar muito tempo para chegar. Apenas quando algo era muito urgente, em geral era Sasuke que mandava as cartas com relatórios de suas viagens.

Estendeu o pergaminho branco para que o pássaro de tinta se desintegrasse ali e deixasse a mensagem enviada no papel.

Percebeu como a letra era torta como se tivesse sido escrita nas carreiras e leu as palavras que à sua frente não traziam boas notícias. Em códigos que Sasuke já conhecia, Sai descrevia que Konoha tinha sido atacada há dois dias, eles achavam que podiam lidar com a situação sendo uma aldeia grande e com grandes shinobis, mas eles pareciam precisar da sua ajuda urgentemente.

Come Back Home, SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora