A capa grossa amarela protegia seu corpo da fina chuva que caia e a responsável por fazer os comerciantes recolherem seus pertences as pressas e não demorou muito para a chuva aumentar.
Clarões de raios e trovões ecoavam altos, assustando algumas pessoas que ainda não tinham terminado de desfazer suas tendas.
- Ei! Será que finalmente chegou a hora, nii-san? – Ouviu quando passou pela barraca de um rapaz de cabelos brancos.
- Pelo amor dos deuses Hidan, para de pensar nisso por pelo menos cinco minutos! Aquela maluca tem que parar de colocar minhocas na sua cabeça. Amanhã mesmo vou ir até lá e falar com aquela puta velha pessoalmente. Não aguento mais essa merda. – Reclamou o loiro que estava ao lado. – E não fale mais nada sobre isso com a mamãe por perto, ok? Meus ouvidos só faltam sangrar quando ela vem reclamar comigo dessa sua ficção por jashin. – A criança antes sorridente, agora sustentava a mais pura decepção e tristeza em seu olhar.
- Tudo bem... Ei, olha ali! É a médi...
- Xiu! Perdeu o juízo? O que está acontecendo com você hoje? Sabe muito bem que não devemos falar isso em voz alta e muito menos olhar para ela. Já cansei de te falar que mulheres que gostam de roubar o lugar dos homens não merecem nosso respeito. Elas existem para nos servir e nos satisfazer. Nada mais, nada menos. Não quero ver você falando com ela, ok?
- Mas ela salvou a mam...
- Não interessa Hidan! Não é pra falar com ela. – A dupla se afastou, com o loiro lhe olhando de cara feia e a criança a olhando com pesar.
Esboçou um pequeno sorriso para Hidan quando o loiro olhou para frente e suspirou. Já estava acostumada com tal tratamento e infelizmente não era a única.
As mulheres da vila deveriam seguir a risca a norma imposta pelo rei – e padre – Minato Namikaze, o qual dizia:1 – Todos os cidadãos da vila, ao atingir a maioridade, devem trabalhar.
2 – Todos devem pagar o dízimo, inclusive crianças.
3 – Todos os habitantes podem escolher uma carreira para seguir, mas mulheres devem escolher somente três: Medicina, professora e cozinheira.
4 – Todos são proibidos de sair da vila. Se quiser fazê-lo, precisa alegar o motivo e ter um papel assinado pelo rei autorizando a saída para o mundo exterior.
5 – A desobediência dessas regras é paga com a morte.
Todas as pessoas recebiam uma carta mensalmente em seus correios, com a lista dos cinco grandes princípios básicos da vila, que segundo Minato, era necessário para viverem em harmonia e união, como foi nos tempos de Cristo.
Sua mãe lhe contava histórias bíblicas e hoje, já uma mulher de vinte e seis anos, tinha coinciência de que Jesus vivera há mais de dois mil anos atrás. E um dia, quando estava na biblioteca estudando botânica – sua especialidade -, viu pela janela o rei Minato andando com um sujeito estranho até a capela.
As vestes do rapaz eram... Estranhas, mas extremamente alinhadas e muito elegante. Seu cabelo estava penteado para trás, brilhando com alguma substância que ele provavelmente passou nos fios para dar brilho. Um tecido amarrado em sua camisa que ficava embaixo do... Casaco? Preto com uma fivela dourada no meio... Diferente e estranho, mas definitivamente, não era feio, muito pelo contrário.
Voltando a caminhar em direção ao boticário, passou pela dupla e foi inevitável não ouvir parte da conversa.
- Ele deseja vir aqui. A filha pegou a doença e ele sabe que aqui talvez tenha a cura.
- Quando ele vai vir?
- Ainda não sei, mas ele quer vir o mais rápido possível.
- Entendi. Mas somente ele e a filha poderão entrar.
- Porquê?
- Porque forasteiros são proibidos aqui. - Não demorou muito e o som alto do tiro ecoou pela vila.
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A mulher estranha
FanfictionSasuke, um empresário que tem tudo o que quer num estalar de dedos, é pai solo de Sarada desde que a esposa morreu no parto. Apesar de ser bilionário, sua filha era a sua maior riqueza e se vê sem saída quando Sarada fica doente e simplesmente não a...