PRÓLOGO.

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  PRÓLOGO

   — Sim. Vamos nos atrasar. — anunciei pela ligação. — Você entende, não é?

  O carro estava em uma velocidade consideravelmente boa para aquela situação, não é como se eu tivesse controle sob a chuva e a fizesse magicamente parar para que pudéssemos chegar naquele jantar em menos de 2 horas.
Lindyse se mantinha tentando acalmar nossa filha, Evangelina, que estava chorando desde a hora que saímos de casa.

— Filha, não chora eu já não sei o que fazer. — choramingou.

  Minha mulher clamou a Evy que não parava quieta em seu colo, se mexendo de um lado para o outro sem cessar o choro.

  — Pequeno, você precisa de mais alguma coisa? — perguntei para a criança antes de finalizar a ligação. — preciso desligar. Evangelina está ficando enjoada por conta da viagem, em 2 horas estaremos aí, e poderemos matar a saudade juntos, tudo bem? — após escutar o "Tudo bem" vindo dele desliguei o celular e reduzi a velocidade do veículo.

A chuva castigava essas terras, e os raios rasgavam as nuvens no céu causando altos clarões. Muito provavelmente isso estava assustando Evangelina.
O choro dela estava agudo, Evy estava com os braços abertos e esticados em minha direção enquanto chorava e repetia "Papai" sem parar.

  — Acho que o problema é o seu colo, amor. — zombei.

— A é mesmo? Então acho que o papai deveria tentar acalmar sua mini cópia aqui. — disse Lindyse tirando o cinto de segurança. — Vamos trocar de lugar, assim o caminho até lá fica mais tranquilo para todos nós.

Fiz sinal com a cabeça concordando com ela enquanto ria.
  Parei o carro um pouco mais adiante no acostamento mais próximo da pista, abri a minha porta do motorista e dei a volta ligeiro para o outro lado, Lindyse havia passado para o motorista sem mesmo descer do carro e quando entrei no seu antigo lugar, recebi Evangelina nos meus braços.

— Eu sou um pai maravilhoso mesmo, não é minha boneca? — comentei com minha filha enquanto a fazia parar de chorar.

  — O seu pai é um convencido, Evangelina. — Lindyse riu.

  O carro foi se movimentando de volta para pista, se passaram pouco minutos antes de Lindyse colocar uma música calma, afim de me ajudar a fazer nossa pequena Evy dormi.

— Eddie, você acha que isso vai dar certo? — ela me perguntou com um semblante aflito. Eu sabia que Lindyse ficaria preocupada com tudo isso, ela não escondia o seu incômodo com a situação.

  — Tenho certeza que vai ficar tudo bem, ela já tem 4 anos e eles devem conhecê-la, meu amor. Eles têm o mesmo sangue.

Acalmar Lindyse não era uma tarefa muito fácil, eu a entendia perfeitamente, já que ela cuida de Evy com todo zelo e sempre está preocupada.

  — Veja — chamei sua atenção para meu colo onde nossa criança dormia profundamente. — Está dormindo. — ela sorriu, com certeza ela é mulher da minha vida.

  — É melhor colocá-la na cadeirinha, assim ela fica mais confortável. — ela falou concentrada no caminho.

Concordei com a mesma e com muito cuidado me virei para trás e coloquei Evangelina para ficar no seu conforto enquanto dormia.
  A hora foi se passando e o silêncio tomou conta dentro do nosso carro, escutávamos apenas os leves suspiros de Evy.

— Falta pouco pra chegar, só mais 1 hora e logo menos estaremos lá. — comentei e Lindyse se endireitou no banco angustiada enquanto acelerava o carro.

  Eu via o incomodo em seus olhos, mas eu não faria isso se não achasse que fosse preciso. É direito de ambos.

— Ei! — coloquei minha mão por cima da sua que estava conduzindo a direção do carro. — Confia em mim, não colocaria vocês em uma situação desconfortável, eles estão querendo uma segunda chance. — olhei em seus lindos olhos avelã os quais, por sorte, Evangelina tinha puxado. — Vocês duas são minha vida, e amo vocês com todo meu coração, eu prometo que sempre vou protegê-las.

Minha última declaração antes de enxergar em frente aos meus olhos dois faróis altos vindo na direção do nosso carro...

𝐈𝐍𝐒𝐀𝐂𝐈𝐀́𝐕𝐄𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora