Esperança

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20 dias depois...

Vinte dias se passaram tão rápido quanto um suspiro, Izuku continuava internado e a cada dia que passava, o esverdeado se mostrava mais cansado e bem mais debilitado.

Os remédios que tomava eram tão fortes que o fazia sequer conseguir sentar-se na cama. Hitoshi e Inko decidiram fechar a cafeteria por um tempo, até que Izuku se recuperasse.

Ele iria se recuperar e a família Midoriya investia cada migalha de fé nisso.

A matriarca fazia questão de ficar o dia todo no hospital, indo embora somente depois das 19h ㅡ horário esse que se encerrava as visitas. Hitoshi e Shoto revisavam, cada dia um dormia ali com Izuku para que o outro pudesse descansar devidamente.

E isso machucava cada vez mais o esverdeado.

Ele se sentia uma pessoa horrível por se sentir mal ao ver às pessoas ao seu redor cuidarem tanto de si, mas poxa…

Izuku estava morrendo e ele sabia disso, então, pra que prolongar algo que viria mais cedo ou mais tarde?

Esses pensamentos inundavam a cabeça do mais novo toda vez que sua mãe chegava novamente toda manhã no hospital. A mais velha estava com a aparência cansada e Izuku podia jurar que as olheiras embaixo de seus olhos eram de passar todas as noites chorando.

E ele se odiava cada vez mais por isso.

Toda vez que chegava no hospital e via seu menino tão mal, Inko sentia vontade de implorar a Deus para que trocasse de lugar com seu caçula e ela faria isso se fosse possível.

Izuku estava mais pálido que o normal. As bochechas antes róseas, agora estavam tão pálidas que suas sardas pareciam feitas a caneta; o Midoriya mais novo havia emagrecido ao menos uns 10 kg desde que foi internado e por isso, o seu corpo estava esquelético. A boca de Izuku estava pálida, e os olhos esmeraldinos tão brilhantes quanto os seus, agora tinham um tom opaco.

Ela não conseguia o olhar por muito tempo, pois logo a vontade de chorar a possuía e isso só deixava o menor mais afetado. Com muito esforço, a Midoriya mais velha colocava um grande sorriso no rosto e passava o dia inteiro o fazendo companhia.

Talvez assim, Izuku não se sentisse tão sozinho.

— Ma… mãe... — o menor chamou atraindo a atenção da mais velha.

— Oi, meu amor — respondeu sorrindo.

Izuku respirou fundo e tirou o respirador por um instante.

— P-precisamos... conversar — proferiu — Sobre… mim... — falar era tão exaustivo quanto se manter acordado.

Inko murchou o sorriso, ela já sabia do que se tratava.

— Querido... coloque o respirador, por favor — se levantou da cadeira que estava sentada e se pôs a arrumar a coberta do mais novo — Está ficando frio aqui, vou pedir mais um cobertor extra, assim você pode ficar quentinho e não correr o risco de pegar um res-....?!

— MÃE! — a voz alta ㅡ que deveria ter saído como um grito ㅡ de Izuku foi ouvida — N-não me ignore... — pediu colocando o respirador novamente.

A matriarca suspirou derrotada e com lágrimas nos olhos voltou a se sentar ao lado da cama. Ela pegou a mão de Izuku e soluçou ao sentir como a mesma estava fria.

— Não... c-cho...re, por... favor... — pediu sorrindo fraco.

Inko assentiu e limpou uma lágrima solitária que escorria pelo rosto gorducho.

Segunda chance - BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora