|| Capítulo 7 ||

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• | Chrystal Canales | •

O cheiro delicioso dos temperos, se espalhavam por toda a cozinha. Minha mãe mexia concentrada, o caldo que ela preparava, enquanto eu cortava as verduras e legumes.

O silêncio estava meio constrangedor, e preocupante. Minhas mãos estão suando, fazendo a faca escorregar um pouco, nas minhas mãos. Coloquei as verduras e legumes já cortadas, dentro de um pote.

Fui até a pia com mármore, e liguei a torneira, para lavar as minhas mãos, fazendo meu corpo se arrepiar com a água gelada. Olhei para minha mãe, de canto de olho, percebendo que ela murmurava uma música.

— Então, mamãe... Precisa de ajuda, mais em algo? — Ela continuava murmurando a música, enquanto me inguinorava completamente. — Mãe? — Engoli seco, e fiquei estatística no mesmo lugar. Minha mãe tirava a panela de pressão do fogo, e colocava em cima da pia.

E assim, ela finalmente me encarou...

— Como foi a festa querida? — Ela me encarava, enquanto um sorriso congelado, estava em sua face. Fazendo minha ansidade e insegurança, me alarmar instantâneamente.

Puxei o ar com força, e dei um passo para trás, enquanto eu lhe observava atenta.

— Mas... Eu já te contei, mãe. — Olhei para o balcão a minha direita, e respirei fundos, contando mentalmente, para esse medo passar.

— Não filha. — Sua voz saiu antipática, e sombria. Me fazendo não encara-lá, com medo de seu julgamento. Suas palavras sempre, são duras. — Não me contou, NÃO!

Me assustei com o seu grito, e apenas senti minha bochecha esquerda, ser queimada. Soltei um grito e cai para trás, ficando encurralada no canto da parede.

Coloquei minha mão, aonde doía e tentei, de todas as formas segurar as lágrimas, e os gemidos de dor. Mas foi em vão...

— Sua merdinha, MENTIROSA! — Olhei na direção dela. Assustada, e com os olhos cheios de lágrimas, percebi a panela de pressão em suas mãos.

Ela realmente botou aquilo na minha cara!

— POR QUE!! POR QUE, VOCÊ ME QUEIMOU, COM A PANELA!? — Meu grito de desespero ecoou pela casa inteira, mas eu sabia que ninguém, viria me ajudar.

— Eu já te avisei Chrystal! Não minta para mim! — Ela colocou a panela de pressão, em cima da pia, e veio pra cima de mim. Não tinha como eu fugir, principalmente quando ela grudou as mãos no meu pescoço.

Eu me debatia, e tentava tirar ela de cima de mim, de todas as formas, mas ela tinha mais força que eu. Seu olhar de ódio, me deixava mais atormentada, enquanto meu ar ia se esvaindo rápido.

O que vai acontecer, se eu não sair daqui? Ela realmente vai... Me matar?

Meu estômago tava embrulhado, minha cabeça tava doendo, e minha visão estava escurecendo. E eu tinha que fazer alguma coisa, antes que o pior acontecesse.
Prendi a respiração, e com as forças restantes que eu tinha, puxei minha perna, e lhe chutei pra longe de mim.

Me levantei às preças, e comecei a tossir descontroladamente, e acabei vomitando no chão. Tentei correr, mas sinto ela segurar minha perna, e eu ir direto, para o chão.
Fiz de tudo para não gritar, com a forte dor que eu senti no meu joelho.

— Po-por favor mãe! Me solta. — Chorei mais ainda, ao perceber, que meu joelho não queria parar de doer. Logo a dormência consumiu a minha perna, fazendo ela formigar incontrolávelmente.

Senti seu peso, ser colocado sobre meu corpo. Seus dedos adentraram meu cabelo, com agressividade, fazendo ela então, bater minha cabeça contra o chão. No mesmo instante, minha cabeça começou a latejar.

Vivendo entre o céu e o inferno. - {PAUSADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora