Yu Wanyin não estava exatamente desacordado, ele conseguia ouvir as coisas ao seu redor, sentir a presença das pessoas, mas ele simplesmente não conseguia se mover, existia um peso invisível o envolvendo como um cobertor, impedindo qualquer coisa além de movimentos mínimos. Até respirar era um fardo. Ele conseguia sentir algumas presenças constantes ao seu lado, Xichen era um dos mais insistentes. Não saindo do seu lado por mais de vinte minutos por vez, em alguns momentos ele parecia estar dormindo ao seu lado, bom. Wanyin não queria que seu parceiro esquecesse de se cuidar, principalmente por culpa dele.
Depois do que pareceram ser algumas horas ele começou a escutar as vozes mais claramente. Aparentemente ele estava nesse estado a dois dias, seu corpo estava melhorando a cada hora com a energia espiritual de sua família sendo constantemente transferida para seu corpo fragilizado, a questão política estava sob controle e os Wens já tinham começado a ser julgados, até agora apenas três foram condenados por apoiar Wen Huohan, duzentos tinham sido interrogados. Sua seita já tinha feito os preparativos para a evacuação deles, muitos poucos quiseram lutar e escolheram fugir do mundo do cultivo, e com razão. A maioria estava disposta a dar nomes de pessoas que como eles eram forçadas a ficar com os Wens, trabalhar sob a bandeira deles.
Xichen.
Se passaram dois dias, dois dias e seu amado não acordou, tratamento constante e transfusão de energia espiritual curavam o seu corpo mas ele não conseguia fazer Wanyin acordar, seu irmão e tio basicamente assumiram todas as suas funções e o que não podia ser passado ele fazia no Hanshi ao lado da cama, não querendo perder qualquer momento, ele não sabia quando Cheng ia acordar (se recusava a acreditar que poderia demorar, seu noivo prometeu, ele prometeu que estaria lá por ele, Wanyin nunca quebrou uma promessa).
Nesse ponto ele não estava mais com raiva, ele já tinha gritado e quebrado muitas coisas, cegado pelo peso das ações de seu noivo, quando Qiren contou o que aconteceu ele viu vermelho.
Como ele ousa!? Tinha gritado e então caiu no choro, ele nunca quis algo assim, não com esse preço, por que seu parceiro achou que estaria tudo bem se sacrificar assim? O que ele fez de errado? O que ele disse que fez Wanyin sentir que tinha que fazer uma coisa tão extrema por eles? Sua seita poderia ter ganhado o cerco sem esse sacrifício, porque Wanyin achou que eles eram incapazes de se defender sem precisar de um ato como aquele?
Seu irmão entrou no horário do almoço do terceiro dia, com comida para três (como se o despercidio fosse fazer o Yu acordar e brigar com eles, um ato infantil que Xichen permitiu porque ele estava fazendo semelhante). Sentados na mesa, a segunda jade começou a relatar enquanto a primeira ouvia superficialmente, não prestando realmente atenção mas dando conselhos genéricos que ajudariam a aplacar os líderes de seitas menores que precisavam desse auxílio.
Um pequeno gemido foi ouvido, de começo nenhum dos irmãos prestou atenção. Pensado ter imaginado, mas eles escutaram outro, mais alto, insistente, como se precisasse de algo (ou alguém), se viraram, com olhos arregalados e pensando a mesma coisa. Ele acordou.
Olhos roxos, turvos pelo cansaço e pelos restos da dor que sentiram os encaram, mais especificamente, Xichen.
O homem deitado tentou mover o braço, o membro trêmulo se estendendo em direção do Lan mais velho, que imediatamente correu para o seu lado.
-Vou chamar um curandeiro.
Wangji saiu correndo do quarto, o decoro que se danasse, sua família precisava dele.
-A...A-Huan.
-A-Cheng, meu A-Cheng, o que você precisa? Sente dor? Como você está, meu amor...
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Água em minhas veias, veneno em minha alma
FanficSeu sangue pulsava, correndo roxo nas suas veias, veneno em sua mente, água em seu ser, poder gritante aprisionado na sua alma. Ele era a tempestade, a encarnação dos lemas de suas duas casas. Costumavam dizer que os portadores de Zidian eram raios...