|Capítulo 23|

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Christopher Cannon

Encaro meu melhor amigo sentado no outro lado da sala, os cabelos loiros estão bagunçados pelo tanto de vezes que já passou as mãos por eles, a camisa branca está amassada e os olhos fechados.

Isabella foi embora a menos de uma hora e, desde então, estamos sentados, Thomas, Peter e eu, na sala, em silêncio enquanto escutamos o Walker falar e resmungar sobre como não pode evitar ou não soube antes.

– Não sei o que fazer. – ele resmunga apoiando a cabeça nas mãos.

– Eles vão esquecer até segunda-feira, relaxa. – Thomas diz.

– Mas a Isabella não vai. – digo baixo e Peter concorda com a cabeça.

– Eu deveria ter quebrado a cara dele, porra, olha o que estão falando da minha irmã. – Peter suspira alto e nos encara.

– Pra que? – Thomas pergunta, os ombros relaxados – Pra ter que conversar com o coordenador do seu curso? Levar uma suspensão, não só das aulas, mas como do time também? Era isso que ele queria.

– Não arranje mais problemas, Peter. – digo.

– É minha irmã. – ele fala como se não soubéssemos, jogando os braços ao redor da poltrona – Você não deveria ter batido nele, e sim eu. Eu quem deveria proteger.

– Não que ela precise de proteção – resmungo baixo.

– O Chris já brigou com o Hill no dia anterior, então nem vão se lembrar daquele soco no Wostden quando forem falar com ele na segunda.

– Brigou com o Hill? Quando? – Peter pergunta, franzindo o cenho.

– Ah. Verdade. – Thomas diz de repente, se virando para mim com os braços cruzados – Escutei isso no campus. Mas não ouvi nada saindo da sua boca a respeito e nem o porque de brigar com alguém do próprio time.

Dou de ombros e fecho meus olhos quando deixo minha cabeça cair no encosto do sofá, cansado dessa sexta-feira que parece não acabar nunca e de todos os problemas que surgem a cada dez minutos.

– Você já sabia. Foi por isso que brigou, ele deve ter falado algo sobre a Bella e ai...- Thomas fala de repente, me fazendo abrir os olhos e o encarar, Peter faz o mesmo, mas logo sua confusão se volta para mim, interrompendo Thomas no meio da fala.

– Você sabia que estavam falando da minha irmã e não me contou?

Respiro fundo pensando no que dizer para não me comprometer e entregar que ando saindo com a irmã do meu amigo de infância e, por fim, conto a verdade sobre o que ouvi do Hill e o que ouvi no campus mais cedo.

Escondo a acusação de ambos os caras de que estou saindo com ela. Oculto alguns detalhes que possam me entregar em outros aspectos. Conto o essencial, e parece ser o bastante para Peter, mas não para o Thomas.

Isabella foi embora um pouco depois que Peter chegou em casa no final da tarde, depois da aula. Peter a convidou para passarem o final de semana na casa da Dona Eleanor, mas ela disse que preferia ficar em casa, o que foi uma surpresa para o irmão, e também para mim.

Não consegui dormir quase nada naquela noite, apesar do cansaço, as coisas na minha cabeça ficaram me atormentando pela madrugada, só conseguindo tirar um cochilo quando já estava amanhecendo.

Peter passou o sábado na casa da Isabella e eu fiquei em casa sozinho já que Thomas tinha tirado o final de semana para visitar a família. Enquanto caminhava de um lado para o outro e mexia no celular, tive a ideia mais absurda da minha vida.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora