7° Capítulo

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    Passado um pouco, minha mãe chegou e deu comigo afogada em lágrimas sentada no chão.

    "-Meu deus filha! O que aconteceu?.. "- ela largou tudo e tirou minha cara de dentro dos joelhos.

    "-Eu... Ele... V-vou pro meu quarto... "- eu não conseguia falar, pois os soluços impediam me de o fazer.

    "-Mel..."

    "-Eu estou bem, mãe. Apenas quero descansar."

     Eu subi para o meu quarto e deixei-me cair na cama. Devo ter adormecido durante um bom tempo, pois quando acordei já era quase de noite. Bateram à porta do meu quarto e eu mandei entrar.

    "-Está melhor filha?"- ela senta-se ao meu lado na cama.

    "-Estou bem mãe, obrigado por me ajudar."- nope, eu não estava bem. Mas não queria preocupar a minha mãe...

    "-Que bom querida.... Se não se importar, eu queria lhe pedir um favor. Podia ir à praça comprar umas coisinhas? É que daqui a nada, o filho da nossa vizinha vem. Vou tomar conta do bebé dela hoje."

    "-Claro, não me importo."- nós sorrimos e ela deu me uma lista para a mão.

    E lá fui eu. Rapidamente anoiteceu e quando acabei as compras, começou a chover. Merda. Iria ficar toda molhada.

    Saí debaixo do telheiro do talho e corri para casa à chuva. Corri para atravessar a passadeira e nem tive tempo para ver o carro a alta velocidade se aproximar.

    "-MEL! CUIDADO!"

    Algo me empurra para fora da estrada de maneira a que caimos os dois na grama molhada. Percebi quem era.

    A nossa respiração estava ofegante debaixo da chuva, e aí reparei que estava em cima dele.

    "-Tem de ter mais cuidado, linda."

    "-Eu.... Ah... "

    "-Shhhh... "- Lucas estava anormalmente atraente debaixo da chuva.

    Dois corpos molhados, um em cima do outro... A respiração ofegante...a chuva que ali caía...

    Ele me puxou para ele e assim nos beijámos. Estendidos à beira da estrada deserta.

    Um beijo quente e intenso. Acho que o posso perdoar...

    E ficámos ali, sem nunca nos separar, pois era bom demais para acabar. Até que Lucas avistou um carro se aproximando e então me puxou e nós rebolámos.

    "-Se levante, vamos para minha casa."- ele me deu o seu casaco e ficámos de pé a olhar um para o outro. As compras estavam agora impróprias para consumo e espalhadas pela estrada. O que haveria de fazer? Resolvi aceitar.

    Anui com a cabeça e fomos de mãos dadas debaixo da chuva até casa dele.

    Ele abriu a porta e eu fiquei um pouco receosa que algum parente dele me estranhasse, já que ainda não nos tínhamos apresentado a ninguém.

    "-Relaxa, somos só você e eu."-entrámos e ele fechou a porta.-" Minha mãe só vem segunda e hoje é sexta, por isso, pode ficar tranquila."

    Ele deu me um beijo suave e olhou para mim... Provavelmente a culpa tinha voltado.

    "-Me perdoa?"-ele sussurrou ao meu ouvido com aquela voz rouca.

    "-Mais que perdoado. Não faça isso denovo."-ambos rimos. Aquela roupa molhada já me estava perturbando.

    "-Que tal se tomar-mos banho e mudarmos de roupa?"- Ele sugeriu com aquela voz sexy.

     Eu corei.

   "-Calma.. Você toma banho na casa de banho do meu quarto e eu aqui na casa de banho de baixo."- ele riu.

    "-Hum... Ok."- Eu concordei.

    "-Pode ir que eu depois deixo em cima da cama uma roupa minha para você vestir."- Ele me conduziu ao seu quarto e depois de ele sair eu entrei na casa de banho.

    Depois de eu tomar duche, saí para o quarto dele apenas com uma toalha enrolada ao meu corpo e outra ao meu cabelo.

    Ele bate à porta.

    "-Posso entrar, Mel?"

    "-Entra."

    Ele entrou sem camisa e sorriu quando me viu. Os meus olhos estavam focados naqueles músculos bem defenidos.

    "-Você nem sabe como fica linda acabada de tomar banho."- Ele chegou-se ao pé de mim e deu me um pequeno beijo- "Tá aqui a roupa, minha baixinha."

    "-Seu bobo."- Eu sorri- "Obrigada."

    Quando acabei de me vestir, desci para a sala e lá estava ele sem camisa.

    "-Essa roupa fica melhor a você do que a mim. Senta aqui."- ele mordeu o lábio inferior quando me viu.

    Eu sentei no sofá e abracei-me a ele.

    "-Obrigado por me salvar..."

     "-Anjinho, você não deve agradecer. Eu é que devo pedir desculpa."

    "-Se não fosse você, eu bem poderia estar num hospital a estas horas."

    "-Ah vai.... Para... "- ele olha para o relógio que apontava 23:54-" Por falar em horas, já está tarde. Fica cá em casa comigo."

    "-Ah... eu não quero incomodar."

    "-Você não imagina como eu te quero aqui comigo. Vá lá...estou pedindo."- ele faz cara de cachorrinho mal-morto.

    "-Tá bom... Eu fico."

    "-Estou ficando com sono e estou cansado. Vamos dormir?"

    Eu anui e fomos para cima. Nos deitamos e nossa... Como aquela cama é fofinha e confortável.

    Ele colocou os seus braços em minha volta e assim adormecemos. Agarradinhos.

   

   

Amar é complicadoOnde histórias criam vida. Descubra agora