Casados por contrato

Capítulo 27 - Amanda - Final

— BERNARDO! — gritei com toda força que havia nos meus pulmões.

Quando eu vi o corpo dele caindo no chão, meu mundo caiu junto. Cameron estava me segurando contra seu corpo, pra não me deixar fugir. De repente começa o tiroteio. Consigo ver alguns homens vestidos de preto atirando contra os homens do Cameron. Só podem ser agentes.

Cameron entra comigo no jatinho para se proteger dos tiros. Agora eu apenas ouço o que está acontecendo.
As lágrimas caem sem cessar e tudo que consigo pensar é no corpo do Bernardo caído no chão. 

— Para de chorar sua puta!— Cameron grita.

Os tiros lá fora continuam sem parar e meu medo só aumenta.

— Esses filhos da puta não vão parar até pegar você! Eu preciso me livrar rápido desse problema. Se eu manter você, vou acabar preso — Cameron me agarra pelo braço e me leva até a escada do jatinho e me joga pra fora. Ainda ouço ele gritar para o piloto pra eles saírem dali o mais rápido possível.

Imediatamente sinto mãos em mim.
— Me solta! Me solta!— grito e começo a me debater.
— Calma Amanda! Sou o Michael, amigo do Bernardo. Vou tirar você daqui — Um cara alto e forte fala e me pega no colo.

— Bernardo? Cadê ele?— pergunto. Minha voz sai abafada e eu luto para me manter acordada. Ainda estou sobre o efeito de algo que Cameron me deu pra que eu apagasse, e agora que me sinto segura outra vez, meu corpo está relaxando e o sono me invade. Eu durmo antes de escutar a resposta.

Acordo no quarto de um hospital, e a primeira pessoa que vejo é meu pai. Ele está de costas olhando pra fora, pela grande janela de vidro do quarto.

— Pai?— chamo.

— Filha!— ele caminha até mim e beija minha testa. — Como você está se sentindo?

— Estou bem, só com um pouco de sono— murmuro. — E sede.

— Isso é normal. Pela quantidade de droga pra dormir que Cameron injetou em você, isso será frequente durante o primeiro dia. — Meu  pai fala e aproxima um copo de água na minha boca.

— Pai...— eu estava com medo de perguntar, estava com medo da resposta. Puxo ar para os pulmões e tento de novo. — Pai...como ele está? Ele está....?— não consigo terminar, as lágrimas enchem meus olhos e rolam pelo meu rosto.

Meu pai senta ao meu lado e limpa minhas lagrimas com as pontas dos dedos.

— Não filha! Ele vai ficar bem!— meu pai sussurra.— Ele está em operação agora, vai dar tudo certo.— nesse momento volto a respirar.

Ele está vivo! Ele não me deixou..

— Eu preciso ve-lo!— falo. Meu pai me olha com uma expressão preocupada e fala:

— Filha, você não vai poder ver ele. Não por um tempo. Bernardo foi atingido por dois tiros, um nas costas e um na barriga... — minha lágrimas voltam com força total—...O médico disse que a operação pra extrair as balas é arriscada, mas tem grande chance de ser bem sucedida, e ele vai precisar ficar na UTI. Temos que ter fé filha!

— Pai, eu não posso perder....

— Shhh— Meu pai me abraça — Você não vai perder ninguém minha menina. Ele é forte, vai sair dessa.

Aceno com a cabeça e me aconchego ainda mais nos braços do meu pai.

Nesse momento minha mãe entra no quarto e vem correndo em minha direção. Meu pai se afasta pra deixar ela me abraçar.