Capítulo Cinquenta e Sete

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- Ótimo, porque eu também não. - Entendi o que ele quis dizer pois Kurt já estava com a lanterna acesa sobre a madeira da janela.
Peguei uma lâmina e um saquinho e fui coletar o sangue.
- Melhor isso aqui. - Kurt sorriu pra mim e me empurrou pro lado.
Ele retirou do bolso de sua calça um líquido e um cotonete. Ele espirrou o líquido no sangue seco e passou o cotonete preenchendo o branco do algodão com o vermelho do sangue.
- Tem algo de limpeza nessa sua mochila ai? - Ele arqueou uma sombrancelha pra mim.
Bom, era para não ter, mas eu tinha lenços umedecidos. Passei para ele e ele retirou o resto do sangue da madeira.
- Boa técnica forense você. - Kurt zombou de mim no caminho de volta ao carro.
- Desculpa, mas isso só comprova mais ainda minhas teorias. - Rebati. - Admite, formamos uma boa dupla.
- Verdade - Kurt riu.
Que risada gostosa.
Entramos no carro e a dúvida do que aconteceria agora reinou.
Kurt dirigia devagar para seu prédio e eu não dei uma palavra.
Entrando na sala ele mandou eu ir me trocar.
Tomei outro banho, mas não queria que ele me deixasse em casa. Então abri o armário dele e procurei uma blusa, peguei uma grande o suficiente pra cobrir até um pouco depois da minha bunda, ela era branca, sem estampa e de manga comprida.
Pus também uma box preta da Calvin Klein que achei em uma de suas gavetas.
Soltei os cabelos e sai do quarto descalça.
Kurt estava apenas de calça de moletom vendo um programa na tevê na qual não prestei atenção, o que prendeu minha atenção foi sua boca avermelhada.
E mal percebi quando ela já tocava a minha.
Eu estava sentada em seu colo e ele lentamente foi me deitando e ficando em cima de mim no sofá.
Era um misto de sensações, eu sentia suas mãos segurando as minhas, sentia o quente da boca dele junto ao quente da minha. Sentia o couro do sofá e o tecido da calça de Kurt entrando em atrito com minhas pernas nuas.
Mas era isso mesmo que eu queria? Quer dizer, eu o desejava. Nós eramos como fogo e álcool, só queimava e ardia cada vez mais.
Eu o queria, era tudo muito intenso e tudo pode ser muito errado.

A Garota da FacaOnde histórias criam vida. Descubra agora