Parte 43

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° Dois meses depois °

• Lena Luthor •

Tento mais uma vez fechar o vestido, sem sucesso algum. Xingo mil palavrões mentalmente e grito por Kara, como o esperado, posso ouvir os passos dela na escada e então no corredor, aparecendo na porta do quarto resfolegando alto. Ela andava em modo alerta nos ultimos dias, mesmo eu repetindo que a nossa crianca nao nasceria tao cedo.

— O... o quê? — ela pergunta vindo até mim, me olhando de cima à baixo.

— Preciso de ajuda. — ergo os meus braços, indicando que eu quero que ela tire o vestido.

— Oh... eu topo! — Kara fala abrindo um sorriso sem vergonha e eu reviro os olhos.

— Nada disso, eu preciso ir para a empresa. — aviso e ela faz careta.

Agora eu já estou com seis meses, a minha barriga está enorme e a minha nova rotina era provar algo, nunca caber e ficar frustrada por isso. Em compensação, os enjoos haviam melhorado e eu já podia comer qualquer coisa novamente, o que e uma bênção. Nos últimos meses a única coisa que eu consegui comer foi a comida de Eliza, o que rendeu algumas piadas sobre o bebê ser mesmo de Kara, já que ele é mimado.

— Não acha que é melhor ficar em casa? — Kara repete a mesma pergunta que tem feito desde que eu entrei na vigésima sexta semana de gestação.

Meses atrás, quando bebê deu o primeiro chute, Kara começou a ficar bem preocupada com tudo. Se eu estava comendo "coisas verdes" o suficiente, se estava dormindo todas as horas exatas, se não estava trabalhando demais ou pegando coisas pesadas. Olivia tinha entrado na onda, mas depois que eu ameacei a tirar o carro dela e deixá-la sem ver Brooklyn, ela deu uma maneirada, porém continua me dedurando para Kara sempre que pode. As duas pareciam concordar que eu preciso de alguém me monitorando.

— Amor, eu não estou doente, apenas grávida. — lembro e ela solta uma grande lufada de ar, resmungando baixo enquanto anda até o closet com o vestido em mãos, voltando algum tempo depois com outro e me entregando — Obrigada.

— Você está linda! — ela fala, os seus olhos grudados em mim, um sorriso enorme nos lábios.

Kara sempre me olhou de uma forma especial, sempre com aquele brilho no olhar, mas agora parecia ter algo mais, mais brilho, mais amor? Eu nem achei que isso era possível.

— Bom, você tem que me achar linda, estou carregando a sua filha. — rebato irritada, olhando os meus pés inchados, quase não os enxergando.

— Ou filho. — ela lembra, levantando o indicador direito e fechando os olhos enquanto o balança uma vez no ar.

— Você quer mesmo um menino, não é? — questiono e ela me olha intrigada — Sempre que eu digo filha, você automaticamente completa: "ou filho."

— Eu realmente não me importo. — ela confessa dando de ombros, me ajudando a vestir o novo vestido — Só quero que ele ou ela nos escute falando que não temos preferência.

Paro um pouco, pensando no que ela tinha falado e então sorrio. Kara havia decidido que queria surpresa, só saber no dia do parto, eu apenas concordei, mesmo que no fundo eu tivesse fortes dúvidas ou talvez certezas, mas eu não diria a ela, não frustraria a surpresa para ela ou as outras que montaram uma aposta em torno da minha gravidez. Alex e Maggie apostaram que é um menino e Nyssa, mais Sam uma menina. Nyssa também fez uma piada sobre "saber dessas coisas," o que eu não duvido.

Falando em minhas amigas, Sam e Diana pareciam ter entrado em um estranho relacionamento onde as duas se pegavam, mas ainda se odeiam quando se trata do trabalho, internamente eu acho que elas adoram isso. Nyssa por outro lado andava mais tranquila, ela estava curtindo o seu namoro com Laurel enquanto se mantém próxima a sobrinha, uma vez ou outra encontrando a irmã. Nyssa não tinha dito, mas ela ainda estava magoada com a irmã, mesmo após todos os anos e quando a gente tentava sugerir que ela conversasse com Talia, ela apenas saía.

Resiliência (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora