Capítulo 46

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Edgar

"A incerteza não é sinônimo de angustia. Há muita coisa boa que só acontece quando temos de agir sem saber qual será o resultado" (Autor Desconhecido)

É exatamente assim que fiquei me perguntando quando vi Frank se jogar na minha frente e pegar o tiro por mim, era altruísta o que tinha feito, nunca ninguém foi capaz de fazer o que esse homem fez por mim, primeiro com as mulheres da minha vida, sem interesse nenhum em roubá-las de mim, o que confesso que pensei muitas vezes, mas ao contrário do que eu pensava, Frank era espontâneo, simples, humilde, e tudo que fazia e agia na frente de mim com as minhas vidas, era verdadeiro e puro, não era forçado, era natural.

A cada dia que eu passava ao lado dele via o quanto se parecia comigo, sua índole, seu caráter, a forma como ele agia com a minha família, ele era uma pessoa tão bondosa, ele já tinha minha admiração e respeito e hoje devo minha vida a ele, porque a minha gratidão será dele eternamente.

Assim que Reinaldo apontou a arma em minha direção, foi questão de segundos ouvi o disparo e Frank pular na minha frente caindo sobre mim, me cobrindo com o seu sangue que jorrava, eu engatilhei a arma e do chão atirei no meu irmão o que pegou em sua perna esquerda o fazendo cair no chão automaticamente.

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- DESGRAÇADO!!!! - gritou Reinado.

Peter foi até Reinaldo e o prendeu, enquanto Brisa entrou na sala para pegar Fragoso e Josi estava ali, eu pude vê-la, mas logo me virei para Frank que estava sobre meu colo cuspindo sangue pela boca, eu pressionei o ferimento, pegou no seu ombro, mas eu tinha quase certeza que acertou alguma artéria do coração, ele estava perdendo sangue muito rápido.

Olhei nos seus olhos azuis, pareciam a imensidão do mar brilhando querendo me dizer alguma coisa, mas sua boca ensanguentada não conseguia pronunciar nenhuma palavra, lágrimas logo saíram dos nossos olhos, eu não entendia o motivo, uma angústia crescia em meu peito, não compreendia o que era tudo aquilo, vi o profundo de sua alma, era uma sensação estranha, ainda mais por não saber o que o fez fazer aquilo, porque ele foi capaz de me salvar? Não fazia sentindo pra mim aquela atitude.

- Ambulância está a caminho! - disse Peter.

- Fica comigo Frank, não se preocupa o socorro está vindo! - eu disse.

Frank perdia muito sangue, ele estava perdendo a consciência - Fica acordado Frank, presta atenção na minha voz, não fecha os olhos!! - digo.

Eu já estava me desesperando, quando ele apagou definitivamente, desmaiou, eu nem sei o que sentia, ele morreria por mim, isso é um sentimento tão estranho, de impotência, ainda em saber que era eu que devia estar em seu lugar, eu mal o conhecia e ele ainda assim salvou minha vida, não era minha família, mas o que fez é como se de alguma forma pertencesse a ela.

A ambulância chegou junto com a viatura do FBI, levaram Fragoso e Reinaldo para a nossa sede aqui na Califórnia, já que o ferimento de Reinaldo não era nada grave, a bala pegou de raspão e ele caiu no chão apenas por causa do impacto,  os socorristas pegaram Frank e o levaram rapidamente ao hospital depois de verem que os batimentos dele estavam fracos demais, Josi estava muito abalada, eu fui até ela e a abracei.

- Graças a Deus te encontramos! - digo.

- Eu tive tanto medo de não suporta Edgar!

- Está tudo bem agora, vai ficar tudo bem, acabou Josi, terminamos, você terminou! Conseguiu prima!

- Não Edgar, Fragoso não é responsável pelas ameaças, eu sinto muito!

Sem me dizer mais nada a outra ambulância a levou para devidos cuidados, e eu fiquei ainda ali sem entender muita coisa.

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