Capítulo 38 - Sofia

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Na faculdade, eu não conseguia pensar em outra coisa senão no encontro de Oliver com a sua ex-mulher. Comecei a pensar em mil e uma coisas, cheguei até a imaginar o que eu iria fazer caso os dois voltassem, ou, como iria reagir se ele me dissesse que ainda a amava. Balancei a cabeça, tentando imaginar o quanto aqueles pensamentos eram absurdos, ao mesmo tempo em que também poderiam ser reais. Não que eu não confiasse em Oliver, confiava cegamente e, sabia que assim que se sentisse preparado, ele me contaria tudo o que havia acontecido, eu só não confiava nela. Eles já haviam sido casados e ela poderia usar isso ao seu favor para tentar reconquistar o seu amor, poderia inventar uma desculpa qualquer pelo que fez e tê-lo em suas mãos com um piscar de olhos.

Minha cabeça começou a latejar e eu pedi ao professor que me desse licença. Fui para o pátio e levei minhas mãos a cabeça, sentindo o nervosismo e a ansiedade em cada parte do meu corpo:

― Sofia? Você está bem? –Vanessa se aproximou, se sentando ao meu lado- Por que você saiu da sala daquele jeito?

Naquele momento eu desmoronei. Contei a minha amiga tudo o que estava acontecendo e como sempre, ela conseguiu me acalmar:

― Sofia, essa mulher não é capaz de competir com você, o Oliver te ama! Esqueceu?

Vanessa estava certa. Oliver me amava, assim como eu também o amava e eu tinha que acreditar no nosso amor.

Após o término das aulas, o motorista veio me buscar e como de costume, acompanhei as crianças em suas atividades diárias.

Talvez por não compreender muito bem o que estava acontecendo, Elena estava alegre e contente como sempre, enquanto Estevan estava sério. Nós dois não trocamos uma palavra o dia todo.

Oliver também não apareceu em casa durante toda a tarde e aquilo me deixou um pouco preocupada.

Antes de encerrar meu turno e voltar para casa, resolvi ir até o quarto de Estevan e conversar um pouco com ele:

― Estevan? –Bati à porta e como não obtive resposta, a abri mesmo assim.

O encontrei deitado em sua cama, lendo algumas revistinhas de herói:

― Estou lendo. –Ele disse, sem me dar muita atenção.

― Eu sei que você ficou chateado quando me viu ontem na cozinha com o seu pai, e eu sinto muito por não termos te contado antes.

― Eu não quero falar sobre isso, Sofia. –Ele me encarou.

― Eu sei, eu só quero que saiba que eu amo o seu pai e eu sinto muito que o casamento dele com a sua mãe não tenha dado certo, mas que independente de nós dois estarmos juntos ou não, quero que entenda que eu não pretendo tomar o lugar dela no seu coração. Espero que um dia você possa me aceitar também.

Ia me virando para sair do quarto, quando senti pequenos braços se enroscarem ao redor da minha cintura:

― Eu te adoro, Sofia, mas ela é a minha mãe, entende? –Ele me encarava com os olhinhos cheios de lágrimas.

Me abaixei e o abracei com força:

― Eu entendo, você só queria ter sua família de volta, não é isso? –Estevan assentiu com a cabeça, enquanto chorava baixinho no meu ombro.

Quando cheguei em casa mais tarde naquele dia, minha cabeça doía, e quanto mais tentava pensar no que estava acontecendo, mas me sentia mal.

Tomei um banho, vesti meu pijama e liguei meu notebook, para fazer um trabalho da faculdade, quando meu celular começou a tocar. O número era restrito, mas mesmo assim o atendi:

― Alô?

― Oi. –Era Oliver.

― Oli? Tudo bem?

― Melhor agora, ouvindo sua voz. Espero não tê-la acordado.

― Não acordou.

― Sofia, será que eu poderia ir a sua casa? Gostaria muito de poder falar com você.

O jeito sério com o qual ele falou, fez o meu corpo todo congelar e na hora eu soube que algo havia acontecido:

― Cla... claro, estarei te esperando.

Desligamos e quase uma hora depois, eu vi pela janela quando Oliver estacionou a sua BMW preta na rua. Fui até a sala e abri a porta para ele, o recebendo com um abraço.

O convidei para ir ao meu quarto, e enquanto tirava meus livros e computador de cima da cama, para que ele pudesse se sentar, percebi que ele estava exausto:

― Fiquei preocupada, você não deu noticias o dia todo.

― Desculpe, não foi a meu intensão, passei o dia todo na empresa, me afundando no trabalho para conseguir relaxar um pouco. –Ele disse tirando seus sapatos e se deitando na minha cama.

Me deitei ao seu lado e fiquei o olhando:

― Como foi? –Perguntei receosa, me referindo ao seu encontro com Denise.

― Como eu já suspeitava que seria, péssimo.

― Ela disse porque voltou?

― Sim, ela disse que voltou por mim e por nossa família.

Senti minha garganta secar e já imaginando o pior, me sentei, me recostando na cabeceira da cama. Oliver se sentou também e continuou:

― Ela disse que ainda me ama e que se arrependeu de tudo o que fez.

― Você acha que ela está dizendo a verdade?

― Não, acho que ela só voltou porque está se sentindo sozinha e quer um idiota que possa usar para brincar por um tempo. –Seus olhos azuis me encararam e ele segurou minha mão- Eu não sou esse idiota, Sofia.

― Eu fiquei com muito medo de te perder hoje. –Murmurei para ele, recostando minha cabeça em seu ombro.

Ele se moveu, ficando de frente para mim:

― Sofia, o que houve entre mim e Denise já passou e, o que aconteceu hoje, me fez ver que os únicos sentimentos que sinto em relação a ela são os mais sombrios. Os sentimentos bons, pertencem a você.

― Ó Oliver! –Toquei seu rosto e o beijei, sentindo toda aquela preocupação deixar meu corpo.

― Há, eu trouxe isso. –Ele murmurou por entre meus lábios, apanhando uma caixinha do bolso do seu jeans. Quando ele a abriu, vi duas lindas alianças de compromisso dentro- Nós dois já estamos namorando a algum tempo, mas só agora eu percebi que ficou faltando a parte mais simbólica disso tudo. –Ele riu.

― Elas são tão lindas, Oli!

Ele tomou minha mão e apanhou uma aliança, a colocando no meu dedo, depois, peguei a outra aliança e fiz o mesmo com ele.

― Eu te amo tanto. –Ele disse, acariciando meu rosto- Espero que a partir de agora, você entenda que é a única mulher que eu quero ter ao meu lado até o fim da minha vida.

― Eu entendi. –Me movi para seu colo, o beijando apaixonadamente.

Oliver me deitou na cama, ficando sobre mim e enquanto me despia, beijava cuidadosamente cada parte do meu corpo. Arranquei sua camisa e desabotoei o zíper da sua calça e, naquela noite, quando fizemos amor, foi como se nada, nem ninguém fosse capaz de nos separar. Nós nos amávamos e isso era o suficiente.

A Babá dos meus FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora