- Hope Ur Ok -

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Adrien acabara de chegar em casa de mais um dia de trabalho. Assim que fechou a porta, colocou as chaves sobre uma pequena mesinha que se encontrava ao lado da entrada e tirou os sapatos que calçava, por eles estarem apertando seus pés desde cedo.

O homem era modelo desde pequeno, mas acreditava que nunca conseguiria se acostumar com toda a correria que havia no estúdio em relação às trocas de roupa, maquiagens, poses e entre diversos outros aspectos, que faziam com que ele chegasse em casa completamente esgotado.

O louro tinha um projeto planejado há semanas e, para o qual, precisaria arranjar um manequim para que sua estilista pudesse costurar suas vestimentas com as medidas corretas quando ele não pudesse permanecer no local de trabalho por muito tempo.

O modelo portanto, caminhou até um dos corredores de sua casa em ligeiros passos e puxou uma cordinha que havia presa no teto do mesmo, abrindo assim, uma imensa escada que o guiava até o sótão, onde poderia encontrar o manequim que tanto desejava.

Adrien, apoiando suas mãos sobre os degraus de cima, subia as escadas em lentos passos e, ao chegar no lugar onde queria, pôs-se a olhar em volta do andar, até que avistou diversas caixas enfileiradas em uma das paredes.

A iluminação do cômodo não estava das melhores, visto que, por conta da pressa, o homem não havia acendido as lâmpadas. Portanto, a única luz predominante eram os fracos raios solares que adentravam o cômodo por uma extensa janela que havia um pouco à frente das escadas. Mas, mesmo assim o cômodo continuava um pouco escuro, pois o Sol estava prestes a se por.

O modelo aproximou-se das caixas de papelão e retirou um enorme lençol que cobria uma imensa estatura, a qual era o manequim que o homem procurava. Porém, ao retirar o cobertor de cima do objeto desejado, acabou derrubando algumas coisas que haviam ao lado do mesmo.

Para que não deixasse sua casa desarrumada, ajoelhou-se no chão e pôs-se a pegar tudo o que havia se espalhado pelo solo. Roupas, panos, agulhas, réguas, fitas métricas, rascunhos e diversas outras coisas que eram utilizadas em seu trabalho foram pegas e colocadas em suas devidas caixas.

Adrien estava prestes a se levantar para pegar o manequim e sair dali, mas, pouco antes de levantar-se, avistou algo que lhe chamou a atenção. Algo que depois de tanto tempo morando na mesma casa, nunca havia notado.

O homem havia visto um pequeno baú marrom escuro que tinha alguns detalhes em dourado em suas laterais e um fecho da mesma coloração que seus lados.

Inclinou-se em direção ao mesmo e o pegou em suas mãos. Abriu-o sem dificuldade alguma, pelo pequeno cadeado estar aberto, e pôde ver uma única carta dentro do minúsculo cofre.

Sem saber o que havia escrito ali, abriu a folha de papel e pôs-se a ler.

"Querido Gatinho,

Conheci um menino quando era adolescente.

Ele tinha os olhos verdes perolados que me transmitiam uma enorme paz e os cabelos louros bagunçados, que se punham dourados quando ele estava sob a luz do Sol.

Mesmo não o conhecendo por completo, ele era meu melhor amigo. Ele era a pessoa na qual eu sabia que podia contar a qualquer momento e, principalmente, a pessoa na qual eu mais confiei em toda a minha vida.

Ambos sabíamos que de vez em quando devíamos mentir um ao outro, entretanto, mesmo com estes contratempos, nunca houve um outro alguém em quem eu pudesse depositar toda minha confiança como pude o fazer com ele.

Sua presença fazia com que eu nunca me sentisse sozinha, abandonada ou incapaz. Ele esteve comigo em meus melhores e piores momentos. Ele me erguia quando eu estava sem esperança alguma e me aconselhava quando eu cometia erros. Estava sempre ao meu lado.

Hope Ur Ok - OneShotOnde histórias criam vida. Descubra agora