A resistência do vento chocava-se contra sua face, levando as pequenas gotículas de suor, a fadiga muscular já atingia suas coxas, devido ao esforço em pedalar quilométricas distâncias em uma velocidade absurda para uma mera bike.
Jay não podia reclamar, sempre gostou do ardor pós corrida em suas pernas, sempre amou o vento que acariciava sua pele exposta. Não que fosse admitir isso, afinal, era mais do que conhecido como um cara de poucas palavras. Anos de reclusão em casa e uma alta cobrança por parte de sua mãe não ajudavam em nada, e o fator mais doloroso de todos, a perda precoce de seu tio, o único que parecia compreendê-lo através de suas respostas monossilábicas e pouca demonstração afetiva.
Ao menos era o único até pouco tempo, já que tudo isso mudou depois da chegada da garota estrangeira – um tanto persistente – aparecer. Shelly, era impressionante como mesmo com o passar dos anos ela ainda tinha seu jeito único de tirá-lo completamente do sério, mas isso não era mais incômodo.
Já estavam a exatos três anos juntos, mesmo com todas as nuances, estavam firmes. O início do relacionamento não tinha sido lá o dos mais ideias, ele reconhecia, mas jamais suportaria aquela dor excruciante de se afastar novamente da única garota a qual ele sentia que pertencia. Shelly era seu ponto de equilíbrio em meio a tantas adversidades que o assolavam.
Desceu da bicicleta em frente ao conjunto de pequenos apartamentos, que ficava próximo ao campus universitário onde estudava. O valor era relativamente acessível. Tinha sido praticamente deserdado, então as opções eram restritas, mas como sempre, sua garota abraçou sua nova vida sem dificuldades e abdicando de todo o conforto que poderia ter, foi com ele sem nem pensar duas vezes.
Encaminhou-se para a área do térreo, observando o céu já escuro por conta do início da noite, pensou que talvez ela já estivesse em casa.
Guardou sua bike, sua herança mais valiosa, em um galpão no térreo, onde cada morador tinha um alocado para guardar pertences grandes demais para os pequenos flats. observou que a bike azul da loira já estava lá, confirmando sua suposição.
Pegou a sacola branca que estava pendurada no guidão, foi em direção às escadas, subindo até o terceiro andar. Retirou a chave do bolso, o silêncio notório do outro lado de certa forma o incomodou. Sempre foi alguém silencioso, algo que claramente ela não conseguia, então já tinha se acostumado a chegar do turno do trabalho e vê-la dançando no meio da sala de estar, com o som de suas músicas em alto e bom som.
— Shelly? — Observou o escuro do apartamento, apenas uma luz baixa irradiava no fim do corredor, onde ficava o quarto deles.
— Estou no quarto! — exclamou de volta.
Deixou a sacola sobre o balcão da cozinha, indo em direção ao cômodo que estava tomado por tons alaranjados.
Parou na soleira da porta atônito, deslumbrado com a visão sobre a cama.
Ele deixava sua timidez um pouco de lado quando as coisas se referiam a ela, mas foi inevitável a vermelhidão em suas bochechas.
— O que é isso? — Sua voz soou em um único fio restante.
— Esse ano combinamos de economizar, então tive que improvisar um pouco no seu presente de aniversário.
A loira estava sentada sobre seus joelhos no lençol de seda vermelho, que contrastava perfeitamente com sua lingerie preta rendada, que apertava suas fartas curvas. A parte superior quase não cobria seus seios, deixando seus bicos rosados à mostra através da renda, a calcinha também era transparente, deixando sua pele lisa a vista dos olhos sedentos do moreno.
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Presente de aniversário (Windbreaker)
FanfictionShelly sempre buscou dar os melhores presentes de aniversário para o namorado, mesmo que isso não importasse para ele, não até aquele aniversário.