[] 16. abr. 2017.

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— eu sempre vou até você. sempre, quero te ver. todos os dias, sem hesitar, vivo a mesma coisa... você está aqui comigo? como sempre, me abrace. quero mostra-la para todos. apareça, por favor. por mim. eu consigo sentir você aqui...

ditava sozinha em seu jardim, com o rosto molhado por lágrimas que desciam sem permissão. estava tremendo levemente. simplesmente, era indescritível para si, interpretava como apenas uma sensação especial, tão única e contente. sabia certamente que não era algo de sua imaginação.

mesmo que sozinha em meio as plantas e passarinhos, sentiu um leve carinho em seu rosto, e como sempre, não conseguia ver nada além do que já havia na varandinha. não era a primeira vez que sentia aquele aconchegante arrepio juntamente do abraço misterioso. aquilo era tão marcante...

fechou seus olhos, seu corpo estava completamente relaxado, como se dormisse. parecia estar sobre uma cama de pétalas, sendo abraçada pela mais bela criatura. o toque era quente, mesmo que transparente.

— você está aqui, certo? muito obrigado, de novo. eu senti tanto sua falta. queria conversar e, estar contigo novamente.

conseguia sentir alguém junto de si, com uma voz calma e tranquila que cantarolava uma canção de ninar, lhe dando fé e esperança. a menina sorria em meio tantas lágrimas, confirmando que seu amor existia. alegremente abraçava aquela figura, seu coração estava acelerado ao ponto de conseguir ouvi-lo. com a música que tinha a mesma batida que seu peito, abriu seus olhos, os lumes tão lindos brilhavam de emoção.

kahei estava com a criatura em seu quintal, em meio as árvores e a grama úmida, ela tinha um belo sorriso e uma voz excelente, com a pele clarinha e longo fios negros. elas dançavam ao som da mais linda sonata de beethoven, au clair de lune. sorriam uma para outra, trocavam carinhos durante o balé delicado, digno da música, sobre a luz da lua.

a fé era o amor para kahei.
a fé era, também, a esperança.
não existia raiva alguma com a fé.

talvez a rosada só precisasse disso todos os dias, de um bom abraço e carinho em seus cabelos. a coreografia encerrou após um tempo e com risos, quando a bela figura, qual resolveu chamar de fé, selou o rosto de wong, em um abraço tão confortável quanto o anterior.

"amo-te, kahei."

e um alto canto de dor de um pássaro na floresta, kahei acordou assustada, sentada no banco de sua varanda, notando que estava abraçando a si mesma, em posição fetal.

i can feel you. Onde histórias criam vida. Descubra agora