Bom, acho que quando comecei a me tratar já era tarde a certo ponto. Afinal, ignorei dois anos esse doença, que pode ou não, ter feito eu perder meu emprego, minha ex noiva, meus amigos e minha vida.
Mas tento me negar a isso, e entregar me ao tratamento, primeiro dia foi beleza, acordei de madrugada para ir ao acolhimento do SUS, a psicóloga me transparecia ser muito nova, despertou uma certa ansiedade, no que falar, em como seria, afinal nunca tinha procurado seriamente tratamento, pois levava isso como sentimento momentâneo, não foi tão momentâneo né. Quem leu o farol e o poço soube em quase acabou mas enfim... Voltando a primeira consulta. Torrei um maço de tanta ansiedade, demorou meu número era o 6 e a cada paciente que entrava, mais eu me preocupava, peito apertava mente gritava pessoas falando. Bem era um sentimento horrível. Mas daí veio a minha vez, minha perna meio que travou, mas já estava ali, não tinha como fugir mais. Quando entro na sala, me deparo com duas moças, que parecia ter quase a mesma idade que eu, tentaram me fazer relaxado e fingi que estava, e ela me perguntou; o quê têm sentindo? Bom essa pergunta veio como explosão, contei tudo, bem quase tudo fiquei com meio que vergonha por falar sobre a erva e a tentativa de suicídio. Mas antes de finalizar perguntei a ela; Tudo que eu falar aqui ficará somente nessa sala né?.
Bom a resposta me deu coragem, elas disseram que sim daí, contei sobre minhas tentativas recentes de suicídio e pensamentos. Contei sobre a erva também. Daí um peso tinha sido liberado, elas não falaram nem me examinaram mais, me encaminharam para o ambulatório de crise, que no caso seria o psiquiatra, e lá comecei conhecer as verdadeiras drogas. O Dr que irei por nome fictício de Pedro, me fez o primeiro diagnóstico, nada fora do que ja sabia, quadro de depressão, isolamento, ansiedade entre outras coisas. Ele me perguntou como me sentia quando os pensamentos ruins viriam, eu descreevi a sensação de escuridão, de se achar fora da própria realidade, de ser tomado por uma tristeza profunda e não se sentir mais parte da sociedade, tanto que desenvolvi síndrome do Pânico, mal conseguia ficar perto de muitas pessoas, ainda não consigo. Mas ele me fez prometer que eu daria um voto a vida, e ali firmei minha promessa que até hoje não sei se consigo realizar. E essa foi a primeira consulta.
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O diário de um paciente com quadro de tendência suicidas
Non-FictionIsso aqui é só um diário, onde contarei dia-a-dia do meu tratamento, nada de interessante por aqui