Tulipas e Margaridas

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Olá, tudo bem com vocês?? Espero muito que sim <3

Essa fic pode conter gatilhos para certas pessoas. Não contém nada muito explicito, mas mesmo assim, o conteúdo é sensível e prezo pela saúde mental de vocês.

A fic tem como certa inspiração o massacre de columbine então se não é para você, não leia!!!!

Eu queria fazer um pequeno desabafo. Sei que não importa muito, mas nunca é demais liberar certas angústias. Eu ando extremamente infeliz e isso tem se refletido na maneira que escrevo. Fico até incomodada quando releio certos trechos e vejo muito de mim em algumas palavras. Escrever tem sido uma terapia e tanto para mim, pois somente dessa forma eu consigo liberar dores que tanto me atormentam.

Esse oneshot é bem curtinho como sempre. Não curto muito ficar enrolando pois me perco muito rápido e aprendi isso na prática. Chega em um ponto que nem sei mais o que eu estou escrevendo então oneshot se tornou minha especialidade.

Tenham uma boa leitura <3

Com amor, Orion.xx

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Largados como restos, jogados em meio a um caos de invenções, ideias, guerras, filosofias, um grande mal paira sobre o ar desse mundo que vivemos e nós aproveitamos de todas as maneiras as últimas luzes. Toda a arquitetura presente, os rastros que marcam fortemente a presença do homem na terra não mais chama tanto a minha atenção como as lindas tulipas e margaridas no vaso de barro sobre a pequena mesinha ao lado da poltrona onde me encontro sentado.

A cor vermelha escura das tulipas se destaca por entre as delicadas margaridas. Era um contraste irônico devo dizer. Chamaria de mancha de sangue se fosse extremamente indelicado, mas por de trás de vastas dores e memórias azedas, aquelas flores remetem uma boa sensação de um tempo que se dissipou com a passar dos anos, com a podridão da madeira, da rachadura na calçada, na mudança das estações. As tão belas flores formam o último pedaço do paraíso que eu costumava conhecer, a luz que eu costumava enxergar através da escuridão.

Levei o dedo mindinho até os lábios e mordisquei sua ponta. Roi os cantos arrancando corinho por corinho até que uma parte ficasse exposta, assim, liberando um pouco do sangue que corria pelo local, entregando-o para o mundo real. Pisquei algumas vezes e me ajeitei sobre a poltrona a fim de me sentir mais confortável.

Nas paredes da sala, diversas fotos se encontravam espalhadas pela superfície, expondo uma família aparentemente feliz. Todos de olhos azuis, baixos e sorridentes. Um porta retrato sobre a mesinha de centro enquadrava uma foto das gêmeas Tomlinson com aproximadamente 11 anos de idade. Sorri para a fotografia que reluzia sob a luz que invadia o ambiente pela grande janela na sala de estar.

Subi o olhar e ao lado da grande janela, uma foto da pessoa que eu costumava conhecer, que costumava a correr por essa casa aprontando poucas e boas, se destacava preso na parede. Seu sorriso era inocente, transbordando os planos mais esperançosos que aquele garoto de apenas 8 anos gostaria de fazer quando crescesse.

Engoli em seco me lembrando do lugar onde eu estava. Essa não é a minha casa, não pertenço a esse lugar mas é o que sobrara daquele garoto que tanto amava, que tanto cuidava das tulipas e das margaridas.

Franzi o cenho ao perceber que uma das pétalas de uma das tulipas estava seca. Levantei abruptamente da poltrona e corri até a cozinha. Abri e fechei diversas partes do armário até encontrar um copo. Enchi o recipiente de vidro de água da pia e voltei apressado para sala, despejando o líquido sobre as flores tão delicadas. Xinguei todos daquela casa por não darem o devido valor às flores tão amadas por Louis.

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