36 - Não Está Morto...

4K 384 151
                                    

(Autora: Aviso! Capítulo pode possuir gatilho no começo, desde já, estejam avisados! Desculpa por estar pequeno, e por qualquer erro ortográfico, enfim, boa leitura!)

Megan.

Eu senti a presença dele sumir. Ele foi embora. Eu não consegui dormir nenhuma hora, nem Evie, mas pedi para que Annie cuide dela.

Desci as escadas devagar, escuto os soluços de mamãe, estavam altos. Cheguei na sala, e a encontrei ajoelhada. Seja forte. Foi o que ele me pediu.

Respirei fundo e me aproximei de mamãe, a toquei no ombro, e senti lágrimas em meus olhos ao vê-la assim. Ela me olhou chorando, a ajudei se levantar e a levei para o sofá.

Na cozinha, peguei um copo e enchi, apareci na sala e a entreguei. Enquanto ela bebia, eu fazia carinho em seu cabelo.

Me entregou o copo vazio e deixei na mesa, e fiquei sentada ao seu lado enquanto balançava meus pés.

Eu a via fungar, soluçar, e tentar secar suas lágrimas. Eu sequei a minha, a qual deslizou por minha bochecha.

A casa estava silenciosa, mesmo sendo madrugada. Ela tocou em meus cabelos, e sorriu para mim, mas não estava feliz.

- A mamãe está.. Cansada. Vai dormir, minha pequena.

- Vou ficar com a senhora. Vamos.

A puxei e fomos para o quarto, ela se deitou e a cobri. Eu deitei depois, assim que fechei a porta.

- Não precisa ficar aqui se não quiser..

- Não. Tá quentinho aqui.   - Digo me cobrindo até o pescoço e me aproximei dela.

Ela fazia carinho em meu cabelo, e sorriu, me puxando e me abraçando.
A cama tem o cheiro dele. Algodão doce. Mamãe deve gostar muito disso.
Pelo menos ela dormiu, e após eu.

°°°

Evie e Annie ficaram muito tristes ao saberem que papai já foi. Elas também deixaram a mamãe magoada.. De novo.

Papai saberia o que fazer, ele nos fez rir muito durante essa semana, já que logo, logo, ele estaria de partida, e não queria nos ver chorando.

Ao passar dos dias, mamãe pareceu ter perdido a alegria. Ela estava fraca, mas não possuía medo. Suas expressões de estar animada, são forçadas, eu aprendi a perceber isso.

Certa vez, pela madrugada, escutei um som de um dos armários da cozinha se abrindo, enquanto eu ia beber água.

A luz estava apagada, e eu acendi encontrando mamãe, com uma faca de carne na mão. Eu fiquei com a respiração acelerada, e eu não conseguia puxar o ar direito.

- Mamãe!?

Ela se assustou comigo ali, afastou um pouco a faca de seu peito, e me olhou arregalando os olhos.

- Megan... Vá para seu quarto.

-.. Não.

Me aproximei.

- Megan, por favor.

- Está tudo bem, mãe.

Toquei na mão que estava a faca e, aos poucos ela foi dando a mesma para mim, e eu a guardei com cuidado.

Mamãe me puxou, e me abraçou chorando.

- Me perdoe, minha filha!

- Está.. Tudo bem.

Fiz carinho em seu cabelo.

- Por favor.. Não conte para as suas irmãs...

- Está bem, elas não iriam entender também.

𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18Onde histórias criam vida. Descubra agora