Todos conheciam o mito da Conjuradora do Sol. As duas versões eram bastante conhecidas.
A primeira contava que a Conjuradora do Sol já existiu. Que ela era uma bela mulher, qualquer um rendia-se aos seus encantos, até o próprio Herético Negro. Mas...
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Ivan realmente adorava o seu cargo. O homem de confiança do General Kirigan, qualquer Grisha do Pequeno Palácio gostaria de tal cargo. Se sentiria honrado. Mas definitivamente cuidar de Adhara não estava nos seus planos. Ele não entendia o desejo de manter uma possível espiã, uma inimiga, viva.
Ivan tirou a mordaça da boca de Adhara que continuou com os lábios espremidos um do outro, recusando-se a falar.
—Será mais fácil se confessares. Ou será necessário força-la a abrir a boca?
—Porque não tentas a sorte e testas a minha capacidade de arrancar os teus dedos com os dentes? — ela revidou, supreendendo Ivan
Ele realmente esperava que ela o ignorasse. Ele fez um pequeno movimento, e Adhara gemeu. Parecia que alguém espremia o seu coração, pronta para lhe matar. Ivan soltou-a então. Adhara fechou os olhos, ela precisava ficar inteira para salvar a irmã
Nos próximos minutos, Ivan tentou interroga-la, mas Adhara sequer demonstrava reação, era sempre aquela máscara de neutralidade. Ela era assustadoramente fria, comentou Fedyor quando trouxe um pouco de pão.
O pão permaneceu intocado, até Kirigan regressar. Adhara ainda estava lá, sentada, de olhos fechados, qualquer um acreditaria que ela dormia.
—Eu a farei falar. — Kirigan dispensou Ivan com um aceno
Adhara abriu os olhos, seu corpo quente com a ideia de ser torturada. O que mais haviam eram Dilaceradores. Poderiam tortura-la e depois curá-la, só para recomeçar a secção de tortura. Ela só não contava que Kirigan tinha planos de locomove-la até outra tenda.
Havia coisa mais desconfortável que andar lado a lado de Kirigan? Adhara não estava pronta para descobrir. Ela viveu a vida toda na floresta, ela cegou dois homens, ela era uma caçadora...e justamente andar lado a lado com o misterioso General Kirigan era o mais desconfortável?
As cordas em suas mãos a muito foram retiradas e agora o tilintar das correntes gélidas em seus pulsos eram a única quebra de silêncio. General Kirigan andava ao seu lado, nem um passo a frente, talvez com medo de qualquer tentativa articulosa de fuga. Adhara pensava quanto tempo teria para enforcar o poderoso Grisha com as correntes antes de ser desacordada por um Dilacerador? Os Grishas eram tão imortais como diziam? Ela tinha as suas dívidas.
Andar pela noite gelada parecia tão errado. Quanto mais caminhava, sentia-se adentrar no covil de leões. Ela estava nervosa, mesmo que seu rosto mantivesse a expressão indiferente. A postura reta, inabalável. Kirigan observou-a atentamente durante o percurso. Postura digna de um ser poderoso.
Os dois eram rodeados por alguns soldados, Kirigan não arriscaria perder a sua mais nova carta de ida ao controle absoluto do país.
Mas ao entrarem na tenda, os soldados permaneceram no lado de fora. Adhara correu até Kastra, quase atirando-se no chão ao ajoelhar-se ao lado da irmã.
