ᴀʀᴛʜᴜʀ ᴀʟғᴀ

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Ramos jogador do PSG quem falar q é mentira block 👍😡

- Uma trama secundária? - pergunto. - Isso quer dizer que você já tem a trama principal?

A expressão dele não se altera.

- Então, como você o conheceu?

- Ensaios.

- Você saiu com ele?

- Duas vezes.

- Por que só duas vezes? O que aconteceu?

Quero dizer "suspiro" de novo. Realmente não quero falar sobre esse garoto.

- Não deu em nada. Temos mesmo que falar sobre isso?

- Temos. É parte do acordo.

Resmungo.

- OK. Ele se chama Matheus. Tem 21 anos. Estávamos fazendo teste de elenco para a mesma peça e tivemos uma conversa legal. Ele pediu meu número e eu dei.

- Você deu a ele o número do seu telefone? - pergunta Arthur, abatido. - Por que você não dá seu número para mim?

- Porque gosto de você de verdade. Enfim, saímos naquele fim de semana e nos beijamos algumas vezes. Ele era legal. Divertido...

Arthur faz uma careta.

- Mais divertido do que eu?

- Seu senso de humor é incomparável, Arthur. Pare de me interromper. Então concordei em sair com ele pela segunda vez. Fomos à casa dele para ver um filme. Começamos a nos agarrar e... eu simplesmente... não consegui fazer aquilo.

- Não conseguiu fazer aquilo? Tipo aquilo aquilo? Ou só se agarrar com ele?

Não sei o que é mais estranho. Conversar com Arthur sobre a pegação que fiz com outro cara ou me sentir tão à vontade em falar com Arthur sobre a pegação que fiz com outro cara.

Bom, pelo menos até então. Agora só quero ficar quieta.

- Não consegui nem uma coisa, nem outra. Foi...

Fecho os olhos, sem querer contar o verdadeiro motivo para eu não ter feito. Mas é Arthur. É fácil falar com ele.

- Foi diferente. Ele me fez sentir... sei lá. Defeituosa.

Noto que Arthur engole em seco.

- Explique - pede ele, com a voz rouca.

Gosto que ele pareça um pouco aborrecido, gosto que ele, na realidade, não queira ouvir minha história sobre ficar com outro cara. E gosto ainda mais que ele pareça um pouco protetor comigo.

Acho que Arthur é mais alfa do que acredita ser.

Suspiro fundo, me preparando para a sinceridade que eu não devia querer compartilhar, na realidade, mas por algum motivo eu quero.

- Ano passado, quando você me tocou, me fez sentir... bonita. Como se eu não tivesse cicatriz alguma. Bom... não é nada disso, falei errado. Você fez com que eu sentisse que as cicatrizes faziam parte do que me fazia bonita. E eu nunca tinha sentido isso, nem pensei que um dia sentiria. Então, quando eu estava com Matheus, reparei em tudo. Que ele só tocava o lado direito do meu rosto, que só beijava o lado direito do meu pescoço. Quando estávamos ficando, ele insistia que a luz ficasse apagada.

Arthur faz uma careta como se estivesse sofrendo de novo, mas desta vez ele parece muito convincente.

- Continue. - Ele obriga as palavras a sairem de sua boca.

The Date~Volsher Adaptation~Onde histórias criam vida. Descubra agora