ᴘᴜᴛᴀ̃ᴏ?

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Essa música me lembra muito volsher pq os dois amam ela...

Ela está andando de um lado para outro e sempre que tenho um vislumbre de seu rosto, ela parece estar prestes a chorar. Nunca vi ninguém precisando mais de um abraço do que ela agora.

Eu me aproximo de Bruna e ela para de andar. Coloco as mãos nos ombros dela. Respiro fundo, de um jeito exagerado, endireitando minha postura. Ela imita o movimento, puxando ar para os pulmões. Solto a respiração com calma e ela faz o mesmo. Sorrio.

— Está tudo bem, Bruna. Arthur e eu estamos ótimos. Mas parece que você precisa de uma bebida. Ou de dez.

Ela concorda febrilmente e dá um tapa na própria boca assim que suas lágrimas começam a escorrer.

Ah, meu Deus. O que foi agora? Olho para Arthur em busca de ajuda, mas ele está olhando para mim como se o comportamento de Bruna fosse totalmente normal. De qualquer modo, ele se aproxima dela, virando seu rosto para ele.

— Ei — diz Arthur num tom tranquilizador, puxando-a para um abraço. — Qual é o problema?

Ela balança a cabeça, apontando para o outro cômodo.

— Os marcadores dos lugares chegaram e metade foi escrita errada e as mesas e cadeiras deveriam chegar aqui esta manhã, mas transferiram a entrega para o dia seguinte, mas amanhã não vai dar, porque amanhã tenho que fazer a última prova do vestido e agora preciso ficar aqui para a entrega, e o voo da minha mãe foi cancelado, então ela não pode me ajudar a terminar os arranjos de flores esta noite e...

Arthur a interrompe:

— Calma.

Ele gesticula para a geladeira, então ando pela cozinha e encontro meia garrafa de vinho. Sirvo uma taça para Bruna enquanto Arthur a acalma. Quando a entrego, ela está sentada em um banquinho, enxugando as lágrimas.

— Obrigada  — diz ela ao aceitar o vinho. — Normalmente não sou assim tão louca ou nervosa, mas esta é a pior semana da minha vida. Sei que vai valer a pena no fim, mas... — Ela me olha com severidade. — Nunca se case. Nunca. Só se você for para Las Vegas.

Finjo estar absorvendo seu conselho, mas o nível de estresse dela é suficiente para fazer qualquer um não desejar um casamento.

— Espere aí — diz ela, apontando para mim. — Seu nome é Carolina? De Carolina Voltan?

Ah, não. Não sou reconhecida com frequência por causa da série, mas, quando isso acontece, em geral é por meninas que têm mais ou menos a idade de Bruna. Garotas que deviam acompanhar religiosamente a série.

— Você não é a atriz que estrela-va aquela série, é?

O braço de Arthur envolve meu ombro como se ele tivesse orgulho desse fato.

— É ela mesma.

— Não brinca! Eu via essa série sempre! Bem, até que substituíram você por aquela garota canastrona.

Esse comentário me faz sentir bem. Não consegui me forçar a ver a série depois de ter sido substituída, mas não vou mentir e dizer que não fiquei um pouco aliviada por ter saído do ar duas temporadas depois por causa da queda na audiência.

— Por que você saiu do programa? — pergunta ela. Depois acrescenta:  — Ah. Espere, eu me lembro. Você se machucou, não foi? Foi aí que ficou com as cicatrizes?

Sinto o braço de Arthur ficar tenso no mesmo instante.

— Bruna — diz ele.

Fico feliz por ele estar tentando interceptar a conversa por mim, mas é difícil ficar ofendida com Bruna quando é evidente que ela só está curiosa e não está julgando nem um pouco.

The Date~Volsher Adaptation~Onde histórias criam vida. Descubra agora