Marry me

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Todos os músculos de Lauren doíam.

Ela estava cansada de se vigiar a todo instante para não tomar Camila nos braços.

Seu corpo clamava pelo calor e pela maciez daquela boca, daquela pele após oito dias de completa privação sexual, mas o que ela podia fazer se a mulher que amava pertencia a outro?

A seu próprio irmão?

Tinha de haver uma resposta!

Para tudo havia uma resposta!

A solução mais óbvia seria ela se afastar de Camila.

Mas como?

Com Lexa ela havia buscado alívio no trabalho. Agora, a mera ideia de ir para o escritório aumentava sua tensão.

Suspirou sem se importar, dessa vez, que Camila fosse ouvir.

Enquanto vivesse, jamais esqueceria o brilho do olhar que ela dirigiu a Chris ao vê-lo na cadeira de rodas.

Um olhar carregado de emoções que o irmão correspondeu.

A semana inteira fora um suplício.

Todos adoraram Camila.

Até mesmo Lana, por incrível que pudesse parecer. Sinal de que ela fizera um bom trabalho ao convencer a cunhada de que Chris não lhe fora infiel.

Ao lado dela, agora, Camila estava deprimida. Por que estava indo para longe de Chris.

Até o momento de entrar no carro para seguirem para o aeroporto, ela vibrara de felicidade.

Assim como acontecera das três vezes que a surpreendera em conversas particulares com Chris.

De repente, Lauren teve a impressão de que Camila estava a ponto de chorar.

O que faria se isso acontecesse?

Ela a abraçaria, provavelmente.

Por outro lado, o que poderia lhe dizer se ela não sabia como consolar a si próprio?

A outra possibilidade seria ela aceitar a situação.

Mas como?

Seu orgulho jamais permitiria que dividisse sua mulher com outra pessoa, fosse quem fosse.

Ao mesmo tempo, a queria como nunca desejara ninguém e a ideia de se afastar de Camila lhe era simplesmente insuportável.

― Lauren. ― voltou ao presente com dificuldade. Ao deparar com o olhar desiludido e apagado tornou a suspirar. ― Estão pedindo para apertarmos os cintos para a aterrissagem.

Até mesmo a voz de Camila parecia sem vida, pensou.

Fora um erro levá-la para a fazenda. Fora uma tola ao sonhar que três dias e quatro noites de paixão seriam suficientes para apagar a imagem de Chris.

Que ela ficaria tão perdida de amor por Chris quanto ela ficara por ela.

Na limusine, o silêncio só foi quebrado pelo motorista que informou-os que o carro de Camila já havia sido trazido de Ocean City e que fora levado para a garagem do prédio onde ela morava e para onde estavam se dirigindo.

Lauren desceu para acompanhá-la até a porta.

― Você está cansada. ― disse, seca, ao notar que Camila tremia ao introduzir a chave na fechadura. ― Falaremos mais tarde.

A tristeza desapareceu abruptamente da voz e do olhar de Camila e brotaram faíscas de raiva.

― Não, Lauren! Não sei que tipo de jogo você está fazendo. Tentei compreender, tentei jogá-lo, tentei dar tempo ao tempo, mas nada deu certo. Estou fora!

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