HELEN Point of View
(Atualmente, três semanas depois)
Hoje eu não tenho nenhuma cirurgia marcada... que chato. Isso quer dizer que ninguém está correndo risco de vida neste hospital, o que é bom, mas isso quer dizer que não farei nada a não ser que chege algo de repente. Talvez eu devesse trazer para hoje algumas cirurgias marcadas para amanhã.
- Sem cirurgias hoje. Programa de Carreiras escolheu o nosso hospital para os orfanatos virem fazer uma visita de um dia.- falou Eve ao ver o que eu pretendia.
É mesmo, eu tinha me esquecido. Como vai ter crianças aqui, eles queream alguns médicos para explicar as partes legais e não tão "nojentas" e sanguinolentas. Eu, Eve, James e mais quatro médicos de outros departamentos foram escolhidos para isso. Espero ter pelo menos uma pausa para poder almoçar com Hope como combinamos.
Quando as crianças chegaram, primeiro o chefe de cirurgia explicou algumas coisas e instruiu tanto nós quanto os adultos que trabalhavam no sistema de orfanatos. Deveria ter umas 50 crianças ali, todas pareciam curiosas. Noto que tinha alguém muito pequeno entre eles, quando todos pareciam ter uns nove anos, o garoto parevia ter uns quatro.... Adam! O que alguém tão novo está fazendo aqui? Bem, acho que isso não é da minha conta.
Os médicos de cada departamento falaram alfumas coisas interessantes sobre suas áreas e no final as crianças seriam divididas em grupos para escolherem duas especialidades para aprenderem um pouco. Uma na parte da manhã e outra na parte da tarde. Me surpreendi quando 15 delas escolheram me acompanhar na parte da manhã. Pelo menos eu tenho certeza que será divertido.
....
- Elas não paravam de fazer perguntas. Pareciam tão animadas.- digo empolgada, realmente adorei passar a manhã com as crianças.- Aliás, Adam está aqui.
- Sério?- noto que Hope ficou desconfortável por um momento. Ficou em silêncio, parecia pensar em alguma coisa. Vejo seu nariz ficando vermelho, isso só acontece quando ela tem vontade de chorar e está segurando.
- O que foi?- pergunto preocupada.
- Ontem, durante a aula de pintura, falei para as crianças desenharem o que elas mais queriam. Poderia até ser duas ou três coisas se quisessem. Para o menores o ponto é se divertir mais do que aprender. Adam não desenhou nada. Ele já faz aula tem um ano e nunca deixou de fazer uma atividade sequer, pelo menos não sem uma grande justificativa. Antes dele ir embora, eu perguntei porque ele não fez nada. Ele respondeu....- ela para de falar. Hope apoia o cotovelo no braço da cadeira e esconde o rosto, soltando um suspiro.- Ele respondeu que o que ele mais queria não tinha como ser desenhado.
- O que ele queria?
- Um sobrenome.
Eu não tenho nem palavras para descrever a dor que senti no peito. Será que assim que as pessoas se sentem quando estão tendo um ataque cardíaco? Que sensação péssima. Um garoto de três anos que só quer um sobrenome, no caso quer uma família. Agora entendo porque Hope quis chorar. Passo a mão no olho e enxugo as lágrimas. Garotos dessa idade deveriam querer chuva de chocolate ou ter uma espaçonave ou poder voar e ser um super-herói. Que mundo injusto.
O clima do almoço foi arruinado, terminamos de comer em silêncio, depois cada uma voltou para seu trabalho. Na parte da tarde, um grupo bem menor escolheu cardiologia como opção, sendo somente cinco crianças. Entre elas, Adam. Deixei de lado o que Hope me contou e dei a melhor "aula" que poderia. Todos pareceram tão entretidos quanto os da parte da manhã.
Depois da explicação, as crianças foram se encontrar com os adultos na parte de fora dos laboratórios, mas pedi que Adam ficasse aqui. Seu olhos verdes me encaram com atenção, talvez estivesse esperando mais alguma informação da aula.
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Acabando com a Inocência
Fanfiction- Essa história é sobre como eu vou direto de escorregador para o inferno por ter tirado a inocência de um anjo. - O que você está fazendo? - Quebrando a quarta parede, Helen. - Hope, não!