SÓ QUERIA DIZER QUE SINTO MUITO
_________________________________________
POV ARIZONA
-Ari seu celular tá tocando -Ouço Callie falar e me cutucar mas o sono é tanto que eu nem dou bola -Amor, o seu celular.
-Me deixa dormir Callie, ainda são 3:37 -Digo colocando o travesseiro no rosto.
-Ari -sinto ela se levantando -São seus pais, pode ser importante.
Me dou por vencida e pego o celular o atendendo, talvez eu não devesse ter feito isso, talvez se eu não tivesse atendido eu ainda estaria no meu mundo cor de rosa com a pessoa que eu amo dormindo ao meu lado em nosso mundo perfeito. Lá se foi o nosso mundo perfeito.
-Mãe? oq acontec-
-Arizona é o Timothy.
Ouço minha mãe dizer com a voz fraca e soluçando, deixo o celular cair sabendo exatamente oq aquelas poucas palavras queriam dizer, me arrasto até a cabeceira da cama ainda sem desviar o olhar do celular cujo a tela se acende mostrando que minha mãe está novamente me ligando, continuo o encarando e indo para trás como se algum monstro estivesse prestes a sair dele, pego o travesseiro do meu lado e pressiono com toda a força contra o meu rosto e dou um grito que não fica totalmente abafado pelo travesseiro fazendo Callie acordar preocupada.
-Ei, ei amor, oq houve? -Pergunta mas não respondo, ela me pega no colo de lado colocando minha cabeça contra o seu peito- amor, fala comigo por favor.
-É é o T-timothy, é ele, acont-teceu alguma coisa com ele -Digo soluçando e chorando como um bebê em cima do colo de Callie.
A tela do celular se atende novamente fazendo Calliope desviar seu olhar até o mesmo, constatando que é minha mãe e que já é a 4° vez seguida que ela me liga Callie atende.
-Olá senhora Robbins?...Sim ela está aqui comigo... Não, mas ela está se acalmando...Mas oq aconteceu exatamente?...Eu, eu sinto muito...Tudo bem, vou arrumar ela e partiremos para aí.
Callie me olha com uma carinha de pena o que faz meu coração quebrar por saber que eu estava certa, que realmente aconteceu o pior com o meu irmão, novamente caio em lágrimas e ela me abraça forte como se estivesse impedindo os meus cacos de se separarem e se espatifarem no chão... Já era tarde demais pra isso.
Ela limpa minhas lágrimas oq é em vão pois elas continuam a descer.-Eu vou cuidar de você, eu prometo -Diz ela depositando um beijo nas pálpebras de cada um dos meus olhos.
Ela me pega no colo e eu entrelaço minhas pernas na cintura dela por instinto, ela pega uma toalha e me leva em direção ao banheiro, tira minhas roupas com toda a delicadeza e me coloca debaixo do chuveiro não ligando em molhar suas roupas, ela passa o sabonete por cada parte do meu corpo e eu só queria que a água levasse a dor e o desespero embora... é, ela não levou.
Abraço Callie com toda força deixando as lágrimas saírem de novo.
-Eu vou cuidar de você eu prometo- ela repete várias vezes no meu ouvido enquanto vai acariciando meu cabelo agora molhado pela água- eu vou cuidar de você.
Ela me enrola na toalha e me carrega novamente para cama, enxuga meus cabelos com a toalha e vai penteando o mesmo, coloca minha roupa em mim novamente sem obter uma palavra sequer de mim, se troca e vem na minha direção novamente me pegando no colo agora seguindo em direção as escadas.
-Onde vocês estão indo? -Pergunta o senhor Torres com a cara um pouco amassada e de pijama na porta do seu quarto.
-Pai, aconteceu uma coisa com o irmão da Arizona, eu, eu vou levar ela pra casa, talvez eu fique lá um tempo.
-Tudo bem minha filha, me avise caso eu possa fazer qualquer coisa -Ele coloca a mão na minha coluna -Eu sinto muito pequena Robbins.
Começo a chorar novamente me agarrando a Callie, Callie me coloca no banco da frente e coloca o cinto em mim, dá a volta no carro e entra pela porta do motorista colocando seu cinto e em segundos dando a partida no carro.
O caminho todo eu só consigo pensar em como isso aconteceu, como podem ter tirado o meu irmão de mim, Timothy sempre fora o irmão perfeito, sempre ecuidou de mim e me ensinou a ser quem eu sou hoje, foi a primeira pessoa pra quem eu contei sobre minha sexualidade, a primeira pessoa pra quem eu contei sobre meu primeiro beijo ou minha primeira vez, ele não era só meu irmão, era meu confidente, meu melhor amigo, meu protetor, ele era meu, e a vida tirou ele de mim.
Chegamos na minha casa e Callie deu a volta no carro e abriu a porta pra mim, mas eu não conseguia me mexer, não conseguia falar eu mal conseguia respirar, minha mãe sempre disse que éramos duas metades de um todo e que não conseguiríamos respirar um sem o outro, ela estava totalmente certa.
Callie vendo que eu não iria me mexer colocou uma mão na parte de trás do meu joelho e a outra nas minhas costas me erguendo, ela fecha a porta do carro com o pé e com as pontas dos dedos aperta o botão que estava na ponta de sua mão trancando assim o carro.
Um pé por vez e ela vai me levando até a porta de casa e de um jeito totalmente desajeitado tocando a campainha.
Meus pais atenderam a porta com a cara totalmente inchada, ao ver meu estado minha mãe começa a chorar novamente tendo o colo de meu pai como porto seguro, Callie me leva até o sofá me depositando lá.-C-como isso aconteceu? -Pergunto -Como?
-O grupo do soldados dele sofreu um ataque de terroristas no Afeganistão, colocaram uma bomba bem no centro de onde o grupo dele estava localizado -Diz o meu pai controlando com todas as forças a vontade de chorar também.
-Quando o corpo dele chega? -Pergunto tentando me fazer de forte.
-Filha...-Minha mãe não consegue dizer mais que isso e cai em lágrimas dnv.
-Filha, só encontraram destroços dos militares que estavam em campo essa madrugada, não conseguiram achar corpos e nem pertences, somente sangue e pedaços mínimos de vários dos soldados que estavam servindo ao país, eles irão colocar pertences que achamos importantes dentro do caixão do Timothy e iremos enterra-lo levantando bandeiras de nosso país em meio ao porto.
Não consigo falar mais nada, coloco minha mão na boca tentando abafar o grito que eu iria dar pela raiva que o mundo me fez sentir por estar viva e ele não.
Meu pai se levanta junto a minha mãe e me abraçam puxando Calliope para o abraço também, consigo sentir as lágrimas deles caindo pelos meus ombros e costas, consigo ouvir o soluço até mesmo de Callie, mas acima de tudo, consigo sentir cada parte de mim querendo não sentir mais nada.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Só pro meu prazer (Calzona)
AcakCallie e Arizona atualmente no 2° ano do ensino médio se "odeiam", ambas vão passar por muita coisa antes de realmente se tornarem um casal e realmente confiarem uma na outra. início da fic~ 26 de julho final~ 3 de setembro A Fic vai ter cenas hots...