"Um milagre, eu só preciso....De um"Era onde seus pensamento estavam, em uma simples esperança que provavelmente, não chegaria até ele.
Suas roupas rasgadas e com botões faltando, escorregavam pelos seus pequenos braços enquanto ele corria de forma brusca, assim como um cervo correndo por sua vida, ele fugia, para pelo menos, sentir que ainda tinha algum resquício de escolha.
Infelizmente, não se podia dizer que isso era uma cena incomum na vida do garoto, logo quando o sol dava seu lugar para lua, sua segurança já não era mais garantida, os olhares maliciosos não poderiam ser mais evitados, já que agora, os que o laçavam, não se preocupavam mais em escondê-lo.
-PARE DE CORRER!
O homem atrás dele, gritou em fúria, o que resultou no garoto colocando suas mãos em seus ouvidos, junto a passos mais acelerados que antes, ele segurava seu choro dentro de seu ser, já que ele temia que isso fosse apenas ser mais uma "tentação" para seu predador.
Contudo, o destino não parecia sorrir para a criança nesta noite, assim como em todas as outras que a antecederam, ele tropeçou, sentiu levemente o ardor em seu joelho, mas não é como se ele tivesse tempo para se preocupar com isso, já que logo foi alcançado, e levado pelos dois braços para o beco mais próximo, o cervo havia encontrado o seu matadouro.
Suas chances de vitória em uma luta, ou até mesmo em uma nova fuga, eram mínimas, então com um olhar apático e sem resistência, o menino se entregou e pensou: "Por que Deus me ouviria? Não é como se essa noite fosse diferente das outras...."
Uma mão áspera era sentida em seu pescoço, o som do cinto se abrindo, se juntava a sinfonia desconfortável de respirações desreguladas e batimentos acelerados.
Mais uma vez, em uma última tentativa de súplica divina, ele só desejava que não sentisse tanta dor dessa vez.
-Hoy, hoy, hoy...o que temos aqui?
Subitamente, uma criatura parecia ter simplesmente vindo do céu, porém não se assemelhava a um anjo, provavelmente fosse o completo oposto, já que apresentava chifres enormes e afiados junto a um rosto coberto por um bisonho crânio.
O homem de antes, apavorado, foi lentamente levando-se para trás, já a criança, não se importando mais com seu destino, ficou no lugar que estava, visto que, naquele momento, até a morte parecia mais agradável ao toque.
-O...O que é...vo-vo...
A criatura vendo a reação do homem, se tornou impaciente e enojada, mais do que estava posteriormente. Com isso, ela se abaixou para ficar olho por olho com aquele ser respirante, já que em sua mente, aquilo não merecia ser chamado de humano.
-Bu!
Apenas com um simples som, o ser correu em uma rápida disparada, tentando ajeitar suas calças enquanto o fazia.
A criatura por sua vez, se ajoelhou e olhou bem para a criança, roxos podiam ser vistos em seu pescoço e ombro, que conseguiam ser bem visíveis por conta de sua pele pálida, fazendo a criatura sentir uma certa dor em seu peito, que parecia apertar seu coração com espinhos. E quando ela pensou em levar suas mãos até os ombros da criança, se conteve, por saber que aquele, não era o conforto que a criança precisava.
-O que fazia na rua a essa hora?.
Perguntou enquanto trazia as suas mãos para si, o garoto em seu silêncio continuou, sua única reação foi apenas apertar os seus braços, como se estivesse se dando um abraço, nisso, a criatura entendeu.
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O menino e a criatura
Fantasy⚠️AVISO⚠️ Está história contém citações e até mesmo descrições de abuso e violência. Um menino já cansado de fugir de seu abusador, se entrega já de forma apática, porém, alguém...não, uma criatura o salva de repente, como a criança irá proceder a i...