IV - Outono de 1998

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Dois anos depois

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Dois anos depois...


Rafael


Estou deitado na cama, observando o teto e dedilhando algumas notas desconexas no meu violão. Isa tinha ido passar o final de semana na casa dos avós e eu estava suspirando aqui pelos cantos que nem um bobão.

Um bobão cheio de saudades dela.

Domingo à noite sempre foi um momento entediante para mim e eu nem podia abusar muito da sorte. Sexta feira teria uma festa legal e todo mundo da sala tinha sido convidado. Eu estava bem ansioso para ir. Vai ser bem legal. Eu não quero dar nenhum motivo para a minha mãe me botar de castigo e não me deixar sair de casa.

Resolvo então ficar no computador de bobeira até bater o sono. Mas meu quarto estava insuportavelmente quente. Então vou tomar um banho pra me refrescar. Saio do banheiro vestindo uma cueca e procurando alguma coisa pra vestir.

Ah, mas aquele quarto estava uma bagunça! Minhas roupas em bolos espalhados pelos móveis do meu quarto. Minha mãe sempre reclamava, ela me dava a roupa limpa, mas como eu deixava tudo espalhado, no final não sabia se era limpa ou suja.

– Voltei pela! – ela tinha começa a me chamar de pela, um diminutivo charmoso pra pela-saco. Não me importava nada, já que eu tinha inventado um apelido carinhoso pra ela também. Desastre. Não deixo de me assustar quando a porta do meu quarto é aberta e uma Isa sorridente entra, e imediatamente ela fica vermelha.

– Oi Isa – falo normalmente.

– Não tem vergonha de estar pelado? – ela pergunta tapando os olhos.

– Primeiro, que eu não estou pelado, e segundo, eu estou no meu quarto, não vejo um grande problema de estar de cueca no próprio quarto...

– Seu tarado! – ela grita apavorada.

– Era só ter batido na porta.

– Anotado.

Visto uma bermuda e uma camiseta folgada e observo a minha amiga. E me perco um pouco no seu corpo coberto por um short jeans curto e uma camisa branca, simples e colada. Ela estava a cada dia mais bonita. Não culpe um rapaz de dezesseis anos por olhar demais para uma menina...

Não me lembro do momento exato que ela perdeu o seu corpo de menina e ganhou um de mulher. Me fervia o juízo quando a via passeando pelos corredores com seu perfume de pêssego, curvas proeminentes e sorriso fácil.

Porque eu tinha tanto medo de falar assim com ela? Poxa se eu falasse e levasse um fora seria mais fácil do que deixar minha mente viajar nos montes de 'e se...' que se formavam ali. Mas o medo de perdê-la era maior. Não conseguiria ficar sem ela. Pelo menos com a amizade era alguma coisa...

Outonos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora