VIII - Outono de 2007

237 34 38
                                    

Dois anos depois

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dois anos depois...


Rafael


Hoje o dia amanheceu mais cinza do que nunca!

Minha cama estava fria, os lençóis amanheceram todos no chão, e quando eu levanto e olho pela janela, nuvens cobrem o céu. Não sou uma pessoa preguiçosa, mas a vontade de ficar na cama pelo resto do dia estava me tentando.

Mesmo assim faço tudo o que tenho que fazer no automático. Tomo meu banho, escovo os dentes, coloco um dos meus ternos e depois de tomar café da manhã vou direto para o meu escritório.

O escritório que eu abri com o Paulo a pouco mais de um ano está tomando forma agora e já participamos de casos bem importantes. Paulo não gosta da área que trabalho, então trabalhamos mais separados do que juntos. Temos o nosso próprio espaço e nossas próprias secretárias.

Joanna, que é a minha secretária, já colocou uma pilha enorme de processos em cima da minha mesa. Gosto do que eu faço e agora estou sendo muito procurado pelos meus clientes, minha fama está se espalhando e ela está boa. Adoro ver uma pilha de processos assim se resumir a um nada.

Sento e começo a analisar os casos. A maioria deles é simples, não preciso usar muita habilidade minha, sei que posso ganhar. Meu celular começa a tocar no meu bolso e meu dia se ilumina consideravelmente quando vejo que é a Isa a me ligar.

Mesmo ela ainda sendo namorada do Paulo, eu não deixei de falar com ela. Nossa amizade não mudou, Paulo demorou um pouco para se acostumar, mas agora ele já sabe como somos nós dois. Não vou mentir e dizer que estou feliz, mas estou conformado com o relacionamento dos dois.

– Desastre! Que saudades suas! – tento comprimir o sentimento ruim que tenho no meu peito. – Quanto tempo não falo com você...

– Rafa! Oi meu amigo – já ela não consegue esconder a dor em sua voz. – Faz muito tempo mesmo que não nos falamos...

– O que aconteceu Isa? Sua voz está meio estranha...

– Não, é só impressão sua... – ela fala em uma só respiração, coisa que ela só faz quando está segurando o choro.

– Isa, fala comigo... – insisto mais uma vez.

– Não é nada... – o soluço que ela solta, denuncia o contrário. – Só queria escutar a sua voz mesmo.

Agora ela está me assustando. Que história é essa de escutar minha voz? Como se alguma coisa ruim estivesse para acontecer... Ou já aconteceu. Meu coração quase sai pela boca somente em pensar na possibilidade de acontecer alguma coisa com o meu pequeno pedaço de paz.

– Isa, não to gostando disso...

– Deixa pra lá Rafa, nem sei por que te liguei.

– Isa, acho melhor eu ir onde você estar. Vamos conversar cara a cara. Estou ficando preocupado, e você sabe como eu sou, vamos conversar mais calmamente, me diz onde você está que eu vou o mais rápido possível...

Outonos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora