Investigada

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Nako adentrou calmamente o lugar que viveria a partir daquele momento, o analisando. A sala não era tão grande como a de sua casa, mas o lugar é aconchegante o suficiente para a japonesa se sentir confortável.

A líder explicou que haviam apenas três quartos na casa e elas eram divididas em duplas por quartos, exceto por Chaeyeon que não mora lá.

Nako dividiria seu quarto com Sakura, o que a deixou um pouco feliz pois ela já teve uma conversa de mais de três minutos com a mais velha.

O quarto tinha apenas uma cama de casal a qual Sakura cedeu para a mais nova dormir, alegando que dormiria em um saco de dormir. Porém, Nako se sentia mal por chegar hoje e já estar tirando a privacidade da de cabelos rosas, nisso acabou convencendo Sakura a dormir na cama e ela no saco de dormir.

De manhã a mais nova acordou com um pouco de dor nas costas por não estar acostumada a dormir no chão. A dor pareceu sumir no momento que um cheiro delicioso invadiu suas narinas, a fazendo levantar rapidamente.

Tomou um grande susto ao ver Sakura dormindo de olhos abertos, mas ignorou e prosseguiu para fora do quarto. Felizmente já sabia onde ficava o banheiro e foi até lá para fazer suas higienes pessoais.

Após sair do banheiro, caminhou na direção da cozinha e sala que eram praticamente uma só. Um cheiro bom podia ser sentido.

ㅡ Bom dia, Nako-chan.ㅡ Chaeyeon cumprimentou ao perceber a presença da menor.ㅡ Dormiu bem?

ㅡ Bom dia... Dormi sim, e você?

ㅡ Também. Você não é acostumada com sacos de dormir?

ㅡ Não. É muito óbvio? ㅡ Nako perguntou envergonhada.

ㅡ Sim. Mas não se preocupe, Sakura não vai perceber.

ㅡ O que eu não vou perceber? ㅡ Sakura indagou sonolenta, na porta de seu quarto.

ㅡ Que uma de suas meias caiu do seu pé enquanto você dormia.ㅡ Chaeyeon apontou para os pés da mais velha, que estava com sua meia amarela apenas no pé direito.

ㅡ Oh, não. De novo não.

Depois disso a japonesa voltou rapidamente para seu quarto, deixando Nako um pouco confusa.

ㅡ Ela costuma perder uma meia enquanto dorme e raramente acha de volta.

ㅡ Sakura compra meia todo mês já que ela perde um pé de todas.ㅡ Yena afirmou, sentando no sofá que ela aparentemente estava deitada. O estranho era que ninguém havia notado sua presença até aquele momento.ㅡ Inclusive, Nako, você vai precisar ir a sua casa hoje, certo? ㅡ a japonesa assentiu em resposta.ㅡ Já sabe o que vai dizer para os policiais?

Nako pensou um pouco, antes de dormir inventou uma história em sua mente para contar na hora, mas não sabia se convenceria os policiais com essa história.

ㅡ Não tenho certeza... Eu criei uma história na minha cabeça, mas sinto medo de não soar convincente.

ㅡ Hum... Nos conte sua história.ㅡ uma voz chamou a atenção de todas ali presente, que viraram seus olhares para a porta da geladeira que se fechava, lá estava uma pessoa parada com um suco de laranja em mãos.ㅡ Finja que eu, Yena e Chaeyeon unnie somos os policiais.

ㅡ Boa ideia, Joyul! Você é um gênio! ㅡ Yena elogiou sua namorada, que sorriu envergonhada enquanto seu rosto se tornava vermelho.

ㅡ Vai se acostumando, isso acontece todo dia.ㅡ Nako ouviu Chaeyeon sussurrar e soltou um riso fraco.

ㅡ Bom dia, meninas! Alguma novidade?

ㅡ Bom dia, Eunbi unnie. Hoje Nako vai ser investigada pela polícia.ㅡ Yuri disse.

ㅡ Oh, sério? Boa sorte, Nako. Vai dar tudo certo, apenas não fique nervosa.

A japonesa agradeceu, tentando relaxar para quando estivesse na frente dos policiais.

[...]

ㅡ Parece convincente, mas tente não dar tantas informações dos horários.ㅡ Chaeyeon disse, após ouvir a terceira versão da história que Nako inventou.ㅡ Você estava dormindo e quando acordou para tomar água seu pai estava morto, então, apenas quando ligou para a polícia que viu o horário.ㅡ explicou, Nako anotou tudo em uma caderneta.ㅡ Parece mais realista?

A menor assentiu, lendo as anotações que fez durante o caminho até sua casa.

ㅡ Obrigada pela ajuda, Chaeyeon unnie. E também por me acompanhar até aqui.

ㅡ Não precisa agradecer, você já é parte da família agora.

O coração da japonesa se aqueceu ao ouvir essas palavras e um sorriso involuntário surgiu em seu rosto.

Perdeu uma família e inconsequentemente ganhou outra. Uma família que aparentemente era muito divertida e gentil. Nako sentiu acolhida e feliz naquele momento, esquecendo do nervosismo que sentia por ter que conversar com polícias.

O caminho foi tranquilo até chegarem perto do local, então Nako sentiu o nervosismo voltar.

ㅡ Chaeyeon unnie, não acho que consigo fazer isso.ㅡ disse preocupada.

Recebeu um sorriso tranquilo como resposta.

ㅡ Estou tão nervosa quanto você.

ㅡ Nani?!

ㅡ Não costumo interagir com policiais diariamente. Quando pegamos um criminoso e o entregamos para a polícia, nós apenas ligamos para eles e passamos o endereço. Deixamos a pessoa amarrada em algum lugar e vamos embora.

ㅡ Então nem os policiais sabem como vocês são?

ㅡ Só quem é membro do grupo sabe. Pessoas que nós mandamos para a cadeia espalharam informações de que usamos máscaras e as armas que já viram. Por isso muitas pessoas sabem algumas coisas sobre nós.

Nako iria fazer mais uma pergunta a respeito de algo que estava curiosa, mas elas haviam chegado.

ㅡ Boa sorte, Nako-chan! ㅡ Chaeyeon disse animadamente, levantando seus braços para torcer pela menor.

ㅡ Espera, você não vem comigo?

ㅡ Ah... Eu preciso fazer algo muito importante agora. Mas quando terminar de ser investigada, me envie uma mensagem que eu venho te buscar.

Nako concordou e saiu do carro, porém, antes de fechar a porta resolveu perguntar:

ㅡ O que é esse algo muito importante que você vai fazer?

Os olhos de Chaeyeon se arregalaram e ela deu um sorriso envergonhado.

ㅡ É uma coisa muito importante.

Ela ligou o carro enquanto falava e Nako fechou a porta antes da mais velha acelerar com a porta aberta. No outro segundo o carro se foi para longe, juntamente de Chaeyeon.

Yabuki suspirou, encarando o prédio a sua frente. O nervosismo aumentando a medida que se aproximava da entrava. Entretanto, antes de passar pela porta, ela parou.

Olhou para a caderneta que estava em sua mão e arrancou a folha em que estava escrita a história que inventara para contar aos policiais. Amassou e jogou no lixo que estava por perto, depois finalmente adentrou o local.

Iz*Onde histórias criam vida. Descubra agora