capítulo 62

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The narrator's point of view.

— Estou cansada, não aguento mais dançar! — Kordei resmungou por estar dançando músicas infantis há quase uma hora e Lauren não a deixa parar.

— Eu quero dançar mais titia Mani.

— Continue dançando com a minha filha, Kordei. — A hispânica resmungou.

— Vamos brincar, uh? Ou vamos passear? A tia não aguenta mais docinho.

— Quero tomar sorvete! — A Jauregui mais nova gritou animada.

— Peça as suas mães. — Natalie se aproximou das mais velhas.

— Eu posso tomar sorvete mamãe Mila e mamãe Laur? Por favor.

— Você não vai jantar se tomar filha.

— Mas mamãe Laur...

— Depois do jantar a mamãe deixar você tomar, ok? — Frustrada a menina guiou os olhos para Camila.

— Lise deixa ela tomar.

— Nada disso Camz, ela não vai querer jantar e precisa se alimentar por ainda estar em fase de crescimento.

— Mas Lise...

— Não amor, sem mas.

Camila emburrou o rosto completamente brava por Lauren não deixar Natalie tomar sorvete, a menina se manteve em silêncio o restante do dia por estar brava demais, durante o jantar Camila conversou com todos e evitou ao máximo sua noiva, pouco a pouco todos se recolheram logo após o jantar, Lauren foi para o quarto junto com a filha, deu banho na mesma, escovou os dentes da menina e a arrumou para dormir, a hispânica se sentou ao lado da menina e começou a contar uma história para mesma dormir.

— Mamãe? — A menina a chamou.

— Sim.

— Eu fiz a senhora e mamãe Mila brigarem? — Perguntou se referindo a discordância das duas mulheres.

— Por que está perguntando isso docinho?

— Ela não quer mais falar com a senhora por minha causa.

— Nós não brigamos por sua causa querida, sua mamãe só não está com um bom humor.

— Vocês estavam bem até eu pedir sorvete... Eu sou uma pessoa ruim mamãe. — O tom de choro da menina partiu o coração de Lauren. — Quando voltarmos para casa, eu posso voltar para o orfanato?

— Não, não mesmo. Meu amor, você não é uma pessoa ruim, ok? Você é uma menininha incrível, nós amamos ter você em nossa família e não a deixaremos partir. — Lauren acariciou a bochecha da menina. — Pais brigam assim mesmo, sabe? Sempre terá um equívoco e isso é natural, seus avós mesmo já brigaram várias vezes.

— Mas mamãe...

— Sem mas amor, você não tem culpa de nada. Vamos esquecer isso, amanhã será um novo dia e iremos nos divertir.

— Tudo bem.

Lauren retomou a história por pedido de Natalie que demorou mais do que o normal para dormir, logo após a hispânica foi para o seu quarto, tomou banho, se arrumou e foi se deitar ao lado de Camila que estava sentada na cama desenhando, Jauregui a observou por um longo tempo, Camila sentia o olhar de sua noiva sobre si, suas bochechas queimavam de vergonha e não sabia ao certo do que fazer, mas sabia que tinha.

— Podemos conversar? — Jauregui perguntou, a menina guardou seu caderno e lápis, se virou para mais velha ainda sentada.

— Humrum... — Camila assistiu a hispânica se sentar na cama.

— Não quero que fique brava comigo só porque discordamos a respeito de algo tão bobo, sabe? — Jauregui observou a menina anuir em afirmação. — Nós vamos discordar em muitas coisas ainda, principalmente a respeito de Natalie, é natural, somos mães agora e isso vai acontecer e temos que conversar para entrar em um consenso. — Fez uma breve pausa enquanto brincava com o anel de noivado. — Quando eu disse que não podíamos dar sorvete a ela antes do jantar, foi pensando no bem dela, Natalie está em fase de crescimento e manter uma boa alimentação é essencial, se ela tomasse sorvete antes do jantar depois não ia querer comer a comida e também poderia querer fazer isso mais vezes. Quando digo não é porque quero o melhor para ambas.

— Eu sei Lise, me desculpa. Fiquei brava com você sem motivos, sei que não pode dizer sim a tudo, mesmo quando quer, e que precisa se manter firme. Me desculpa ter parecido uma menina mimada e também por ter ficado sem falar com você. Desculpa. — A pequena autista se arrastou para o colo da mais velha. — Fiquei com tanta vergonha do que eu fiz que não soube como falar com você, Lise.

— Odeio ficar sem falar com você, amor. — A hispânica teceu beijos pela face da mais nova.

— Eu também...

— Natalie perguntou se estávamos brigadas por culpa dela, ela também disse que queria voltar para o orfanato, disse que é uma pessoa ruim e nos fez brigar.

— Você não vai deixar ela voltar, vai?

— Não, claro que não amor! Já conversei com ela, fiz ela entender que pais também brigam e isso é normal, ela já está melhor.

— Eu não queria que ela pensasse isso...

— Sei que não amor, vamos descansar. Amanhã teremos um dia bem agitado uh.

— Humrum.

As duas morenas se deitaram na cama de conchinha, Camila se acomodou no abraço de sua noiva que tecia leves beijos por seu ombro. Na manhã seguinte a menina foi a primeira a despertar, ficou enrolando na cama até sentir sua Lise acordar, as duas morenas tomaram um banho juntas, se vestiram, Camila optando por um vestido curto soltinho de estampa floral e tênis branco, já Jauregui estava com uma saia jeans cintura alta, uma blusinha top e um tênis, as duas morenas desceram encontrando quase todos a mesa do café, menos Natalie.

— Bom dia.

— Bom dia.

— Bom dia. — Todos responderam as duas.

— Onde está Natalie? Ainda não acordou?

— Acordou, já está descendo.

— Bom dia... — A voz baixa da menina preencheu o ambiente, todos a responderam.

Todos tomaram seu desjejum, após o café Natalie retornou para o quarto onde estava hospedada e se deitou, todos se preparavam para sair, Normani ficou encarregada de pegar a pequena Natalie enquanto Lauren arrumava o carro junto com as outras três mulheres, iriam para um resort. Decisão de última hora do pai da hispânica e todos tiveram que arrumar as coisas rapidamente.

— Oi docinho da tia. — Normani falou entrando no quarto.

— Oi.

— Está tudo bem? Está sentindo alguma coisa? — A negra observou a menina negar. — Bom, então vamos levantar? Seu avô decidiu que iremos para casa dele em Orlando e tenho certeza de que você vai amar.

— Eu não quero ir tia Mani.

— O quê? Mas por que não? — A negra se deitou ao lado da menina, a observou dar de ombros. — Sabe, a casa fica perto da Disney.

— Hum...

— O que aconteceu docinho?

— Fiz minhas mães brigarem... A mamãe Lo disse que não, mas eu sei que sim. — Normani Suspirou.

— Por causa do sorvete de ontem? — Natalie anuiu em afirmação. — Suas mães tiveram um pequeno conflito de ideias, querida, mas isso é normal. Acontece em todas as famílias. Elas já conversaram e estão bem de novo, tenho certeza de que elas não vão querer te ver triste. Vamos para nossa viagem, uh? Podemos convencer seu avô de levar todo mundo para os parques da Disney.

— Tudo bem.

AUTISM (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora