Capítulo 3

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Ando de um lado para o outro na sala, pensando no que fazer agora. Yarin apenas observa, sem fazer nada além de esfregar suas mãos constantemente.

Passo a mão no cabelo em um tic nervoso e olho para o volante voador, sabendo o que devo fazer.

Se a nave tem um volante é porque precisa de um piloto. E na falta de alguém que saiba dirigir isso - conferi nas salas da direita se tinha mais alguém aqui, encontrando apenas uma cozinha e um banheiro - eu vou ter que tomar o comando e voltar pra Terra.

Sento na cadeira à frente do volante voador e toco no material de couro. Eu sei dirigir um carro e não deve ser muito diferente, a não ser pela falta dos freios e acelerador.

— O que você vai fazer? — Yarin pergunta, aparecendo ao meu lado.

— Voltar para casa. — digo concentrado no volante e ela vai um pouco para trás, me dando espaço.

Dou um suspiro e aperto minhas mãos no objeto, logo depois virando na direção da Terra na esperança da nave mudar a rota e voltar para a atmosfera, mas nada acontece. A nave continua indo pra frente sem dar nenhum indicativo que iria virar para a Terra novamente, ao invés disso, a voz robótica feminina aparece novamente.

— Sistema de piloto automático ativado, seguindo rota habitual para o planeta XXN347.

— O que é isso? — Yarin pergunta olhando ao redor e eu respondo que não sei, a voz continua.

— Para mudar de rota, é necessário desativar o sistema ou configurar o piloto automático para a rota desejada. — meu coração acelerado me deixa nervoso e a esperança que tinha de voltar para a Terra murcha.

— E… e como fazemos isso? — Yarin grita para a voz, gaguejando um pouco.

— Humana? — a voz robótica indaga.

— Quem é você? — pergunto, tentando obter alguma resposta pra clarear minhas idéias.

— Humano? Dois humanos? — a voz, apesar de ser robótica, expressa confusão — Onde está meu mestre? Não sinto mais ninguém aqui além de vocês dois.

— N-não tem mais ninguém aqui. Somos só nós. — Yarin responde.

— Dois humanos? — a voz ri, um som estranhamente melódico ao mesmo tempo que robótico — Eu só decolei por achar que meu mestre estaria aqui. Senti duas presenças e presumi que fosse ele e o humano que foi buscar. — a voz ri novamente.

— Qual o seu nome? — Yarin pergunta, aparentemente perdendo o medo e se sentando no sofá.

— Costumam me chamar de Nava.

— Muito prazer, Nava, eu sou a Yarin e o meu amigo é o Peter. — observo a menina, tentando a decifrar. É sério que ela está querendo fazer amizade com uma nave extraterrestre?

— Como voltamos para a Terra, Nava? — pergunto, querendo voltar logo para minha família. Eles vão ficar preocupados se não chegar em casa hoje.

— Adoraria ajudar, mas meus comandos de direção foram danificados pela queda e a rota de emergência foi ativada, a única maneira de desviar o caminho seria manualmente, mas para isso teriam que saber mexer nos meus comandos. E vocês não sabem. — ela explica e termina com essa frase animadora.

— E como pode ter tanta certeza? — Yarin pergunta, se levantando e indo mexer na planta novamente, rindo quando a flor faz aquela coisa estranha de novo.

— Porque humanos são imbecis.

— Ei! — Yarin exclama, as sobrancelhas juntas pelo insulto.

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⏰ Última atualização: Dec 05, 2021 ⏰

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