Meu Inesquecível Vizinho

Capítulo 21.

Vitor até que me convenceu em sair mais cedo para viajarmos, o mais difícil foi convencer o meu irmão de que eu não ia com ele porque já tinha outros planos, ele dramatizou e disse que eu não considerava-o nem como eu consideraria um cachorro, mas cedeu.

A pior parte foi acordar com a cara inchada de tanto chorar e fazer as malas, eu não tinha muita frescura com isso já que ia apenas para a casa dos meus pais, uma roupa confortável já bastava, eu também não saia muito e passava pouco tempo. Mas ir com Vitor era diferente, ele com certeza tem mil planos, eu preciso parecer apresentável e que me importo com essa viagem. Eu me importo, mas fico meio receoso com a reação dos meus pais, a reação também em relação a Vitor, está bem cedo para apresentá-lo a família, e eu não quero isso agora porque, eu não sei se ele é a pessoa que eu quero apresentar a minha família.

Observei a paisagem enquanto no som do carro tocava Bon Jovi, eu sabia as músicas mesmo sem me lembrar, tudo graças ao bom gosto musical do meu pai. Vitor também não se esforçava muito para cantar, e eu sorria toda boba o olhando com aquele óculos escuro aviador, ele era a coisa mais linda que poderia existir, mesmo que me escondesse algumas coisas.

O meu celular vibrou entre as minhas pernas e quando peguei para olhá-lo, era um e-mail do blogue anônimo, que já não era mais tão anônimo.

"Espero que vocês se divirtam, mas nem tanto. Será se o Artur vai gostar de saber que estão juntos? Ele não vai saber se o seu pedido de demissão sair antes da licença terminar.
E lembre-se, tenho mais influência do que você".

— Droga! Não tem um segundo de paz! — larguei o celular no banco de traz e bufei.

— Você está bem? Quem era? — Vitor desviou rapidamente o olhar para mim, e voltou a olhar para a estrada.

— Lembra daquele blogue que estava me ameaçando e tirando fotos? Pois é, ele mais uma vez. Mas a diferença é que agora eu sei quem é. — suspirei e abri o vidro do carro, eu estava enjoada e precisava de ar fresco.

— Você sabe quem é? E não vai fazer nada a respeito?! — Vitor tirou o óculos e me olhou, dessa vez por mais tempo, a indignação estava estampada em seu rosto.

— É a minha vizinha nova. Ela se mudou para ficar mais perto, eu acho, por isso que ela sabe todos os meus passos. — o encarei, mas rapidamente abaixei o olhar. — Ela falou que não vai adiantar o que eu faça, se eu contar quem ela é ou não, ela tem mais influência.

— Isso é perigoso. Ela mora ao seu lado e te enche de ameaças, e você não quer fazer nada? Quer levar isso como um filme de ação de Hollywood? Você precisa ir até a polícia, uma medida protetiva, sei lá, não sei como isso funciona. Mas você tem o poder de acabar com isso, só não quer.

— Vitor, cala a boca. Eu não quero perder o meu emprego por causa de uma garota que ainda está na faculdade. — revirei os olhos. — Para você é fácil falar, tem dinheiro e faz o que quer da vida. Esse é o meu primeiro emprego e eu estou feliz com ele, não posso entregar o ouro tão fácil ao bandido.

— Não estou falando que você deve se demitir, você deve tomar as medidas certas em relação a isso. Se você não vai fazer isso, eu vou!

— Não quero que se meta na minha vida. — engoli seco, ele estava começando a parecer ainda mais o Artur, achando que não sei me cuidar.

— Não estou me metendo. Só não quero que aconteça algo de ruim com você, Chloe. — suspirou e aumentou o volume do som.

[...]

— Seus pais não vão se incomodar, não é? — ele parou o carro e tirou o cinto.

— Não, não vão. Como descobriu esse lugar? — franzi a testa, enquanto um sorriso se formava em meu rosto e eu descia do carro junto dele.