Capítulo Único

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Avisos:

• Essa não é uma obra original minha! É apenas a tradução de uma fanfic em espanhol que eu li recentemente e quis traduzir para que ela fosse lida por mais pessoas.

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O som de água corrente é a primeira coisa que Takemichi observa quando retorna ao futuro. Ou melhor, para o seu presente, aquele que ele espera é o definitivo.

Seus dedos estão encharcados e afogados sob a água corrente da pia. Apesar da umidade em sua pele, Takemichi ainda pode sentir o calor da mão de Mikey. O aperto está amarrado ao corpo, como se em vez de dez anos, apenas dez segundos tivessem se passado.

Ele pode ver, mesmo que não o tenha mais à sua frente. O rosto de Mikey, sorrindo, radiante, apesar dos hematomas nas bochechas e no lábio cortado. Takemichi respira desconfortavelmente, ciente de que deseja correr para encontrá-lo. Ele reprime seus impulsos ao lembrar que não está no passado, que Mikey não estará esperando por ele no mesmo lugar onde o viu pela última vez. Só então, quando fecha a torneira da pia, percebe que não reconhece onde está.

Os acabamentos finos e elegantes fazem ele entender que este definitivamente não é o seu banheiro. Também não cheira a seu apartamento. Será que ele finalmente alcançou um futuro em que não vive naquele chiqueiro miserável? Um futuro onde não precisa contar cada centavo que ganha?

Takemichi fica instantaneamente aliviado quando percebe que há logotipos nos produtos de banheiro, percebendo que se trata de um hotel.

 Oh bem, que explica por que tudo parece tão bonita. A questão agora é: o que estou fazendo em um hotel?

É então que ele olha seu reflexo no espelho, descobrindo ser o mesmo menino magricela de sempre, mas com roupas bem finas. Ele não reconhece a roupa que está vestindo, mas parece muito exclusiva para ter podido comprá-la com os poucos recursos de que dispõe. Ele vê calças perfeitamente passadas em suas costas, da mesma cor e estilo da jaqueta que descansa ao lado dele. Por que ele está vestido tão elegante? Por que ela está em um hotel e vestido tão elegantemente?

Ele não tem muito tempo para se perguntar ou descobrir, porque alguém está batendo na porta.

- Takemichi! Esta tudo bem? Você está aí há muito tempo ...

- Talvez ele esteja tentando fugir.

- Se você não se apressar, vamos todos nos atrasar.

Ele reconhece as vozes, embora saiba que não são mais as mesmas crianças de sempre. Takuya, Kazushi e Akkun. Os quatro estão atrás daquela porta, esperando por ele, porque eles têm que ir para algum lugar. Desesperado e tonto entre a questão das roupas e a presença de seus amigos, Takemichi abre a porta correndo.

Os três estão lá, junto com Makoto. Todos se vestem com elegância, mas em tons sóbrios e escuros. Takemichi não teve tempo de notar que Takuya perdeu seu cabelo comprido, que Kazushi colocou lentes de contato, que Makoto parece ter ganhado um centímetro mais alto e que Akkun está penteando o cabelo pela metade. Sua cabeça está cheia de sentimentos ruins, ele não consegue evitar. O que Takemichi percebe é que os quatro amigos são os únicos na sala, o que ele não pode deixar de ver é que estão faltando pessoas, embora logicamente ele possa encontrar uma explicação. Takemichi entra em pânico, é algo que está grudado em seus ossos: toda vez que ele pensa que alcançou a paz no futuro, tragédias o atingem em um piscar de olhos.

- Por favor, me digam que não vamos a um funeral.

A voz ecoa na sala, seus amigos o observando com expressões de surpresa e perplexidade, atordoando Takemichi ainda mais. Então quando Kazushi ri histericamente, acompanhado por Makoto, Takemichi fica surpreso. Takuya é mais discreto, mas também ri. Akkun apenas cobre o rosto com a mão, balançando a cabeça.

Diga-me que não vamos a um funeralOnde histórias criam vida. Descubra agora