Capítulo 4 - Rotina

2.7K 249 325
                                    


Tulipa Potter narrando

Foi estranho acordar em um lugar diferente da minha cama em Hogwarts ou do meu quarto na Rua dos Alfineiros, apesar de ter sido ótimo não acordar com a minha tia socando a porta e me falando que tenho que fritar o bacon e fazer uma quantidade absurda de tarefas enquanto ela e o meu tio não fazem absolutamente nada.

Não era desconfortável estar aqui, eu me sentia muito mais segura do que já me senti morando com os Dursley e menos tensa do que fiquei ano passado na mansão Malfoy, mas eu não sabia como agir, o que falar e o que fazer. Coloco algumas vestes simples que eu ainda tinha das minhas compras com Narcisa no verão passado e me aventuro para fora do quarto, será que é muito cedo ou muito tarde? Não lembro de uma hora que combinamos para eu acordar, será que eu devo fazer o café da manhã para ele? Será que eu posso mexer na comida da casa sem ser invasiva?

Desço as escadas em passos incertos indo até a cozinha onde conversamos ontem, felizmente Snape...Severo ,tenho que me acostumar a chama-lo pelo primeiro nome, já estava lá tomando café da manhã. Paro um pouco para observá-lo em trajes informais e é bem diferente de como eu vejo ele em Hogwarts, os cabelos estão presos para trás em um rabo de cavalo, as vestes são mais simples e informais apesar de ainda serem em tons escuros e ele parece bem mais relaxado que o normal, fico na soleira da porta sem saber o que fazer quando os nossos olhos se encontram.

- Tulipa você pode vir tomar café da manhã, você pode comer sempre que tiver vontade inclusive – Snape comenta indicando a cadeira na frente da dele – assim como pode andar pela casa livremente, entendido?

- Sim... Bom dia – digo com as bochechas coradas enquanto me sirvo de ovos e uma xicara de chá.

Nós não falamos nada durante o resto do café da manhã, ao mesmo tempo que eu queria falar alguma coisa e voltar a conversar como sempre, eu também me sentia um pouco perdida e como uma intrusa no espaço de alguém, eu tinha medo de falar a coisa errada na hora errada. Ele já estava sendo obrigado a me aceitar na sua casa, não queria ser um fardo ou um incomodo ainda maior.

Terminamos de comer em silêncio e eu vou ajuda-lo a lavar a louça, me pergunto o que eu deveria fazer agora? Talvez ir para o meu quarto passar lá o resto do dia tentando incomodar o mínimo possível? Ficar fora do caminho para não ser um estorvo tão grande?

- Hm.... O que você acha de me ajudar a cuidar do jardim de ervas? – Severo finalmente quebra o silencio - a menos que prefira ficar aqui dentro terminando as suas lições.

- Eu adoraria! – digo rapidamente, animada para fazer alguma coisa.

Enquanto o jardim da frente da propriedade era cheio de flores bonitas e bem cuidadas, eu descobri rapidamente que a parte mais interessante ficava no jardim atrás da casa. Severo cultivava os próprios ingredientes usados nas poções – ao menos os relacionados a plantas – e assim ele conseguia garantir que eles fossem sempre da melhor qualidade possível.

Ajudá-lo a cuidar do jardim se mostrou rapidamente a melhor decisão possível, primeiro porque voltamos a conversar como sempre e segundo porque eu aprendi muito sobre poções e herbologia. Durante o resto da manhã eu aprendi muito sobre as diversas plantas do jardim, os cuidados necessários com cada uma delas, o melhor momento para podá-las para usar como ingredientes em poções e quais partes eram usadas em que poções. Tudo isso era fascinante, e eu tive que resistir com muita força a vontade de pedir para ir buscar um pergaminho para anotar tudo isso.

Tulipa Potter e o Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora