Dangerous Desire

Nem tudo é o que parece ser.

As janelas do escritório estremeciam e prendiam toda a minha atenção, sendo o resultado a interminável chuva que caia do lado de fora.

A inauguração do Nuance tinha sido há 1 semana e eu precisei ajeitar diversas papeladas e pedir para enviarem aos nossos acionistas, isso estava levando mais tempo do que eu esperava.

Eu só tinha a secretária do Empório e não sabia que administrar um restaurante dava tanto trabalho.

Terminei de arrumar todos os contratos em uma pasta organizadora e fui deixar na última prateleira da minha estante, onde possuía uma etiqueta escrito "Contratos Originais".

Peguei uma pequena escadinha de 5 degraus e fui colocar a pasta no lugar, enquanto escutava três batidas na porta da minha sala.

Pedi que entrasse e me virei...

Odeio, completamente, subir em lugares maiores que eu.

Torci, em tempo recorde, para o lado direito a pequena escada que eu havia subido e iria parar no chão em questões de segundos se ele não me segurasse.

- Você está bem? - disse ele me segurando.

Respirei tentando voltar ao estado sã após encarar o corpo dele de cima a baixo.

- Sim, eu acho. - disse gaguejando com um sorriso sem graça tentando mostrar costume. - Você precisa de algo?

- Eu acho que você que está precisando. Você não deveria ficar subindo essas escadinhas, por quê não chamou alguém?

- Não tem mais ninguém no Empório, somente a Verônica e vocês terminando de arrumar o restaurante. - Falei lembrando da última vez que fiquei sozinha lá.

Gael havia preparado um jantar maravilhoso, no qual só percebi que era pra mim depois de quase derrubar as quatro velas que se encontravam lá. O que me fez estragar totalmente o jantar preparado.

Ele é uma pessoa muito boa, porém não enche os meus olhos.

Eu precisava de outro alguém.

Ele tentava me agradar de diversas maneiras, já me presenteou com pulseiras, o que fez Verônica o repreender muito.

Não era ele,
Faltava algo...

E eu não queria nenhum tipo de confusão.

Bruno era um Moreno despojado, tímido, de pouca conversa.

Gael, seu irmão, era totalmente o contrário, descontraído, pró ativo e extrovertido.

Os dois vieram trabalhar no Nuance há dois meses, eu me surpreendia a cada vez que o Bruno vinha falar comigo, seu profissionalismo e timidez eram tão exacerbados que não me davam entrada para uma conversa.

- Eu vim saber se você precisava de alguma coisa, já iremos embora e vi a luz do corredor ainda acesa.

- Eu já estou indo, só precisava que você pedisse que Verônica viesse amanhã aqui na minha sala pegar esses papéis, ok? - Disse convicta.

- Vocês estão precisando de carona? Posso deixar vocês em casa.

- Imagina, não precisa. No todo, o Gael vai visitar alguns amigos agora e Verônica não gosta de te dar trabalho.

- Eu faço questão, vou ligar pra ela agora pra saber se essa história é verdadeira..

- Nós não queremos, mesmo, incomodar. - Disse com uma cara de "pelo amor de Deus".