Eu ainda estou aqui | KakuHida

Novo começo

As malas eram batidas do lado de fora para tirar um pouco da poeira. Kakuzu tossia e sentia irritação nos olhos, se arrependia de não ter escutado sua mãe e limpado elas mais vezes com a desculpa de que não iria viajar tão cedo.

— Acabou ai? — Hidan se aproximava com dois copos de limonada, seus olhos estavam quase fechando tentando evitar o sol forte do meio dia.

— Só falta uma, e as roupas? Separou tudo? Por favor, não me diz que fez três malas de roupa que nem o Deidara. O Sasori tá maluco com ele.

— Não, eu não sou doido! Tem cinco malas. — Falou sério erguendo o copo com limonada para o moreno e estava prestes a rir quando notou que ele realmente estava acreditando naquilo. — Tem uma mala, Kakuzu.

— Graças a Deus.. — Jogou a mala no chão e sentou na grama estalando o pescoço e bebendo o que Hidan havia levado.

— Nunca sai daqui, estou ansioso. Morar em uma cidade grande vai ser diferente, temos que escolher bem o apartamento em que vamos ficar, quero um lugar perto de tudo, mercado, padaria, lojas, docerias. Vai ser incrível.

Sua empolgação era perceptível, para alguém que sempre almejou ir para longe daquela cidade isso era como um acontecimento histórico em sua vida. Fazia inúmeros planos mentais, imaginava detalhadamente como seria cada coisa e falava disso a todo momento com Kakuzu, que escutava ele com toda a paciência do mundo, parecia até mesmo um bobo sorridente que só concordava com cada decisão de Hidan.

— Você quem manda, eu nem sei como decidir essas coisas mesmo. Nunca reparo muito no ambiente ao redor, então está tudo por seu encargo.

— Perfeito. — Seus olhos brilhavam e deitou na grama olhando para o céu azul. Ficar ali era calmo e relaxante e se permitiu parar de pensar um pouco na viagem, mas não adiantou muito, estava bastante ansioso e gostava disso, dessa alegria em fazer planos pra vida, em finalmente poder olhar no espelho e dizer pra si mesmo que estava conseguindo.

— Estou embasbacado que é uma limonada e não um suco de goiaba.

— Tá na geladeira, fiz pra levarmos pra viajem.

— Mas é claro! Vai passar la hoje?

— Sim, tem umas coisas que quero pegar, não é muita coisa, mas é importante pra mim. — Brincava com os dedos enquanto pensava em momentos que nunca viveu. Era um sentimento estranho, mas que trazia uma nostalgia.

Kakuzu ficou de lado e o abraçou passando a mão por debaixo de sua camisa acariciando a pele sensível.

— Então nós vamos e eu vou estar a todo momento com você.

— A todo momento? — Um sorriso inesperado surgiu junto de uma gargalhada que Kakuzu amava.

— Agora que você é todinho meu não vou te deixar nem mesmo por um segundo. É bom me aguentar.

— Não vai ser difícil. É uma tarefa bem fácil. Hey.. você quer.. você sabe.

— Eu tenho cara de adivinho?

— Também não quero mais! — Fechou a cara e virou para o lado oposto fingindo uma raiva que não existia.

— Que isso.. calma! Eu quero sim! — Se sentou rapidamente e balançou o braço do namorado em busca de uma resposta, escutou um risinho e seu coração se acalmou. — Isso é maldade.

— Então você quer um pedacinho de mim?

— Quero você inteiro.

Começou a mordiscar o pescoço e apertar sua coxa e quando percebeu já estava em cima dele segurando seus braços e descendo beijos por sua clavícula.