Crash! {Iwaoi}

Capítulo único

- Droga, droga, droga! Por que essa porcaria decidiu acabar logo hoje? Logo hoje? Irihata-san vai me fazer em pedacinhos...

Definitivamente, hoje não era meu dia de sorte. Eu tinha uma reunião com meu chefe - não, não o chefe direto, imediato, o chefe, o grande chefe, o big boss - e tudo estava correndo como uma cascata de acontecimentos desastrosos desde o segundo que tirei meus pés da cama.

Pra início de conversa, minha cafeteira fez meu café transbordar e então, em um segundo, havia café derramado por todo meu balcão. Depois de limpar aquela porcaria - e ficar sem café, pois eu não tinha tempo para fazer outro - e sair de casa com sono e com fome, eis que chegamos no momento atual.

Minha gasolina acabou.

Bem, não exatamente, mas chegou tão perto disso que o painel estava apitando quando consegui chegar ao posto mais próximo.

Agora você deve estar pensando "Sim, bem, as coisas deram um pouco errado, mas agora está tudo bem, certo? Você tem gasolina para chegar à reunião com seu chefe e você talvez seja até promovido por ser um ótimo funcionário, Oikawa!"

Exceto que não.

Tinham quatro carros para serem abastecidos na minha frente e eu tinha exatos dez minutos para chegar no escritório.

Soltei um suspiro cansado e encostei a testa no volante, à ponto de rezar para qualquer divindade existente, implorando alguma ajuda que eu sabia que não viria.

De relance, vi meu celular brilhando e já sabia que não era uma notícia boa vindo.

- Alô?

- Oikawa-san? Onde você está?

- Oh, Shimizu, nem vi seu nome no visor, desculpe. - suspirei - Eu imagino o motivo pelo qual você está me ligando e eu imploro, tente segurar Irihata-san por mais alguns minutos aí. Eu tive uma série de problemas e não sei se vou conseguir chegar à tempo, mas eu juro que estou me esforçando, então por favor, me ajude.

- Uhm... Bem, ele já chegou e está na sala de reunião do nosso andar, à sua espera. Mas eu vou ver o que posso fazer... Tente não demorar muito mais.

- Prometo que não vou, prometo mesmo. Obrigado, Shimizu!

Desliguei o telefone e por algum milagre eu era o próximo a abastecer. Minhas pernas balançavam com meu nervosismo e a pressa, mas nada mais poderia ser feito para acelerar o processo.

Assim que paguei minha conta, sai com o maior cuidado possível num momento de extrema emergência - pelo menos pra mim, era uma emergência enorme - mas logo à minha frente tinha um semáforo.

Não. Eu não podia demorar mais.

Rezei mais uma vez naquele dia - eu estava misteriosamente religioso essa manhã - para que eu não levasse uma multa, mas aproveitei o trânsito calmo e não atravessei o sinal vermelho mesmo.

Bem, eu tentei, na verdade, mas não foi bem assim que aconteceu, no fim das contas.

Eu não sei como isso aconteceu, eu só sei que, em um momento, eu estava tentando chegar na maldita reunião e no outro, havia uma pessoa rolando no capô do meu carro.

Uma pessoa!

O susto foi tão grande que meus únicos reflexos foram gritar e frear.

Eu nem havia conseguido sair do carro e já havia uma comoção de pessoas ao redor, curiosos.

Com o coração batendo desenfreado, arranquei o cinto e saí do carro, correndo para ver o estado da pessoa e rezando - eu nem sei porquê eu rezava, sendo que eu nunca era ouvido mesmo - para que a pessoa estivesse bem. Eu não poderia vier com o peso de uma vida nas minhas costas.