Capítulo 12
Otávio
Eu era o rei dos primeiros encontros. Não me lembro da última vez que não consegui entrar na calça de um cara em um. Eu com certeza não tinha estado tão nervoso desde o ensino médio. Talvez isso ajudasse a relaxar mais sobre do que a ideia de o ver nu com um plug na bunda.
Meu pau não deveria ter pulsado com esse pensamento.
Me inclinei e peguei o pedaço diretamente de seu garfo. Não foi tão ruim quanto eu esperava, e fiz um zumbido de apreciação quando recuei.
Léo me observou, lambendo os lábios. — Qual o sabor disso?
— Muito bom, — eu disse. Preparei uma garfada para ele do meu próprio prato, segurando-o da mesma maneira.
Leonardo se inclinou para frente, envolvendo seus lábios em volta do garfo e puxando-o mais fundo em sua boca.
Porra.
Minha mente ofereceu um visual de como seus lábios pareceriam envolvidos em outras coisas, e tive que me forçar a não gemer ou fazer algo estúpido. Alguém poderia acreditar que a comida de shopping era boa o suficiente para me fazer gemer.
Ele lentamente mastigou, observando meu rosto, em seguida, assentindo. — É bom.
Fiz um gesto com o garfo entre os pratos, tentando desesperadamente fazer meu cérebro pensar em algo diferente de seus lábios carnudos. — Você quer levar metade ou apenas pegar um pouco do meu prato?
— Não me importo de comer do seu prato. — Ele olhou para a garçonete que estava do outro lado da sala conversando com um casal mais velho. — É um encontro afinal de contas, — ele brincou.
Em teoria, eu sabia que ele estava apenas tentando ser engraçado, mas minha mente não conseguia lembrar isso. — Não me provoque, — eu disse, tão secamente quanto pude. — Meus encontros sempre terminam de um jeito, e você vai acabar me decepcionando aqui.
Que merda! Por que meu cérebro continuava esquecendo que ele era o colega nerd supostamente hétero eu não fazia ideia.
Nós éramos quase estranhos.
Léo deveria ter rido comigo. Deveria ter me derrubado e me chamado de pervertido, — qualquer coisa — para me fazer recuar. Em vez disso, apenas corou novamente e olhou para o prato. Nós dois nos sentamos em silêncio por vários segundos carregados de tensão antes que me oferecesse outro pedaço de bife, o garfo estendendo-se sobre a mesa como se não fosse apenas comida que ele estava oferecendo. Mas. Que. Porra.
— Você quer mais?
Ele não tinha ideia de como isso soava? Como ele não se deu conta da loucura que estava colocando na minha cabeça? Provavelmente não, mas então, ele realmente poderia ser tão inocente? Eu queria conhecê-lo bem o suficiente para ter certeza da resposta. Então, novamente, se nós realmente nos conhecêssemos, provavelmente não teríamos nos sentado em um restaurante de shopping no que poderia ser um encontro.
Provavelmente.
Se ele não tivesse oferecido a mordida, eu teria dito não, mas não resistiria ao fascínio daquela única cena. Não deveria ter sido tão hipnotizante como era, mas não deveria ter imaginado como seria deixá-lo comer da minha mão também. Eu estava indo para aquele inferno especial, com certeza.
— Sim, — eu disse, tentando manter a minha voz normal. Me inclinei, e naquela hora... Tudo bem, então naquela hora, eu poderia ter feito isso parecer vagamente obsceno quando eu mordi o garfo dele, para ver o que ele faria, é claro, e não apenas porque eu queria.
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Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)
General FictionSinopse O mestrado deveria ser o começo de sua caminhada para uma carreira acadêmica, não descobrir sobre suas próprias fantasias mais sufocadas. Quando um projeto de pesquisa empurra um Leonardo super confuso para uma experiência inesperada, ele n...