Sabe quando você deveria estar pensando em algo e sua mente está em outra?
Seu corpo está fazendo algo e simplesmente você está olhando pro teto, vendo as rachaduras da tinta resecada. Quem faz isso enquanto transa? Acho que estou com algum problema. -Sério! Quem pinta o teto de verde? É verde lodo. Meu namorado já falou algumas vezes. Mas sempre esqueço. Fico meia enclausurada. Sensação de enjoada. Poderia fechar os olhos. Mas penso: vai que esse negócio caia! É melhor não correr o risco. Então continuo olhando, vejo os cantos das paredes e a tinta levantada de tão dura. Acho que meu namorado está quase terminando. Ele faz uns movimentos doidos pro lado, depois pra frente, sobe e desse. Parece um doido. Faz uma careta. Pra não ri, volto a olhar pro teto. No meio tem umas bolhas. Umas grandes e outras pequenas. Tem 15 bolhas estouradas. Aquilo deve ficar caindo. Pronto! Ele gozou. Pois está parecendo um retardado com um sorriso no rosto. Agora vou aproveitar que vai no banheiro descartar o preservativo e vou vestir a roupa. Vai que ele queira um segundo rald e eu não estou nenhum pouco empolgada pra ficar assada a toa. Pego as roupas e enquanto vou me vestindo fico pensando por que as pessoas dão tanta importância a sexo. Já fiz algumas vezes e não vejo essa coisa toda que tanto falam. Pode ser que não é pra mim ou minhas experiências foram um pouco precárias. Tive três namorados. O primeiro com quem perdi a virgindade, foi aquele negócio de curiosidade que os jovens tem. Já sabia que iria doer. Mas na hora não doeu tanto. Foi mais como uma queimação e eu não conseguia me consentrar. Queimação desgraçada. Tivemos outras vezes. Mas ele gozava tão rápido que fiquei pensando que eu era uma tartaruga e ele um coelho. Resolvi fugir do coelho. Coelho transa muito, e eu não estava afim.
O segundo não ligava muito pra sexo. E eu estava gostando, pois ainda estava com trauma do coelho. Só que já estávamos a um ano namorando e ele nada. Não estava reclamando meu povo. Mas achei estranho e comecei a estranhar. Foi quando comecei a prestar mais atenção. Neste tempo fazíamos o segundo ano do ensino médio. E nossos amigos eram os mesmos. Era normal estamos sempre juntos. Mas resolvi procurar situações pra ficarmos a sós. Não estava querendo transar, meu. Mas os caras sempre querem dar uns amassos ou ficar a sós. Mas meu namorado não era assim. Ele era tranquilo. Tranquilo até demais. E percebi isso quando um dia o levei a minha casa, em uma tarde em que meus irmãos não estavam em casa. Eu tenho dois irmãos. A Hélia e o Germânio.Filhos de uma professora de química, só deu nisso. E é que ainda não falei meu nome. Selênia, de selênio, o elemento químico da tabela periódica. É muita doideira. Mas voltando a parte em que levava meu namorado ao quando. Fui logo tirando a blusa e fiquei foi com pena do coitado. Parecia um ratinho encurralado, com as mãos no rosto com medo da gata. Gata! Eu não sou gata, mas também não sou de se jogar fora. Tirei as mãos dele do rosto e perguntei o que estava acontecendo. Pois é..... O cara era gay. Ainda é. Hoje namora um cara daqui da universidade. Faço faculdade de arquitetura. E foi assim que ingressei no curso a um ano, que comecei a namorar o Vinícius, meu atual namorado.
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Se Descobrindo
Short StorySerá que sexo é tudo isso que dizem? Porque estou achando que é conto de fadas que contam pra que possamos gostar e realizar os desejos do público masculino.