𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 || 𝐌𝐔𝐊𝐄

𝐄𝐋𝐄𝐕𝐄𝐍

"уᴇѕ, ꜰᴏʀ ᴛʜᴇᴍ. вᴜᴛ ᴡʜᴀᴛ ᴀʙᴏᴜᴛ ᴜѕ?"
🌘
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐄𝐥𝐞𝐯𝐞𝐧

| August 29
| 07:58PM

    Eu estava pensando de mais.

E não apenas pensando, pensando em coisas que não queria pensar.

O dia todo.

Minha cabeça não queria parar por um segundo.

Eu estava a ponto de pesquisar no Wikihow, "como parar seus pensamentos".

Depois de que eu e Michael passamos a tarde jogando basquete, voltamos para a casa dele e nos atiramos no sofá a fim de passar o resto da noite ali, fazendo nada.

Mas essa foi a total base do problema.

Fazer nada te da um grande tempo para pensar em coisas. E as coisas as quais você conseguiu evitar o dia todo por estar fazendo outras que te distraem, vem tona e te torturam intensamente até que você surte.

E eu estava a ponto de ter um surto.

Era como se uma voz interna gritasse a mesma frase milhares de vezes seguidas sem parar, isso estava me enlouquecendo. E parecia que ela não pararia enquanto eu não a obedecesse.

Ergui um pouco meu quadril e peguei meu celular no bolso da calça. Destravei e abri nos contatos não demorando muito para achar o seu, já que era um dos primeiros. Cliquei e estremeci quando meu dedo automaticamente quase apertou o botão de ligar. Fiquei olhando para a tela por um tempo e intercalei meu olhar entre a mesma e Michael, que estava deitado do lado oposto do sofá. Negando com a cabeça desliguei o celular e o joguei de qualquer jeito em meu peito voltando a prestar atenção no que passava na TV. O problema todo era, em nenhum momento consegui de fato prestar atenção no programa e acho que nem conseguiria pela voz irritante em minha cabeça que não me deixava parar de pensar em coisas.

Resmunguei baixo e peguei novamente o celular o destravando e de cara dando com seu contato. Fechei os olhos e respirei fundo me convencendo de que se eu não fizesse isso, provavelmente não conseguiria sequer dormir hoje. Então em um impulso me levantei e dei a volta no sofá, indo em direção a porta da varanda.

— Ei, onde vai? — perguntou Michael juntando suas sobrancelhas ao ver que eu não iria apenas ir ao banheiro, já que ficava do lado oposto.

— Eu... preciso ligar para alguém, já volto — disse já saindo e fechando a porta da varanda. Encostei minhas costas e minha cabeça na mesma fechando os olhos e bufando, antes de finalmente criar coragem para apertar um simples botão de ligar.

Tocou, e tocou, e tocou...

E nada.

Esperei por mais algum tempo, concluindo de que eu não seria atendido, então afastei o celular da minha orelha para desligar a chamada.

— Alô? — Eu estava prestes a apertar o ícone vermelho quando ouvi sua voz escoar em meu celular, que logo voltou para perto de minha orelha.

— A... oi, é... — Rapidamente me afastei da porta e desci as escadinhas da varanda que davam para o jardim. — É o Calum.

— É eu sei que é você, tenho seu contato no meu celular, se lembra? — Ele foi irônico, e a palma da minha mão foi de encontro com a minha testa, negando com a cabeça e respirando profundamente sabendo que aquilo seria um tremendo, repito, um tremendo erro.