I have always loved you • taekook

tudo foi escrito nas estrelas

Outono. Dias como esses me fazem criar expectativas sobre a vida, gosto de observar cada folha caindo ao chão, é como se fosse uma nova esperança de prevalecer e continuar sonhando.

Sentado na varanda de minha casa, depois de uma semana inteira de trabalhos voluntários em asilos, estou tão cansado e só penso em como vou me recompor para a volta às aulas, conhecer pessoas novas, ambientes novos e professores novos, afinal, estou indo para o primeiro ano do ensino médio. Esperei a vida toda para poder, finalmente, ter aulas de literatura. Sou um amante de livros, é como se a cada história lida por mim me levasse para um universo onde só eu posso imaginar, criando as ambientações, os personagens e a minha vida.

Realmente não tem sido fácil para um adolescente de quinze anos, que está prestes a entrar no ensino médio e não tem nenhum amigo - gosto de falar que meu amigos são meus livros.

Mas, ainda assim, recebo uma pressão enorme da minha mãe, ela sempre fala o quanto eu deveria aproveitar minha adolescência e sair com garotas. E não, eu nunca contei a ela que gosto de meninos.

Um dia eu sai com uma menina da igreja da qual  minha mãe participa, ela era totalmente linda, mas nunca senti nada a mais por ela. Nós saíamos de mãos dadas na rua e as pessoas falavam sobre o quanto éramos lindos juntos. Eu não achava que a gente combinava e, na verdade, acho que ela também não  gostava muito de mim. Tudo isso era pressão dos nossos pais.

Depois de dois meses, tive uma conversa com mamãe. Ela entendeu meu lado e finalmente eu e a garota da igreja paramos de fingir que sentíamos  algo um pelo outro.

A única vez que eu senti algo por alguém foi quando vi um menino voluntário do mesmo asilo que eu. Ouvi boatos de que ele se chamava Kim Taehyung, mas nunca tive coragem de falar com ele, o menino de cabelos escuros e com o sorriso mais lindo que já vi na vida, um sorriso quadrado…

— Vamos Jeongguk, você tem que entrar para dentro de casa, está frio aí fora. Entre, entre.

Assim fiz. Eu amava minha mãe, mas  sentia tanta insegurança de contar as coisas que penso para ela e por algum motivo ela parar de me amar.

Meu pai é separado da minha mãe, não gosto muito de falar dele, realmente nunca tive interesse em saber de sua vida.

— Mãe, você poderia me acordar mais cedo amanhã? Antes de ir para a escola quero passar no asilo e ver o senhor Afonso, prometi que daria um forte abraço nele antes dele ir fazer a cirurgia — Falei esperando uma resposta não tão boa, até porque amanhã seria meu primeiro dia de aula e não poderia atrasar.

— Claro que posso meu amor, promete dar um abraço nele por mim também? Só não demore muito lá, tenho certeza que você sabe o quanto ele conversa e sei que não gostaria de chegar atrasado no seu primeiro dia de aula certo? — ela disse e eu compreendi. realmente não queria chegar atrasado.

Assim que terminamos de jantar, fui à minha cama e assim adormeci, e sonhei com o Taehyung.

Minha mãe me acordou às 6:00hrs em ponto. Me arrumei com a farda do colégio que eu tinha recebido há umas semanas atrás, e devo confessar que eu odeio vestir esses trapos. Meia hora mais tarde eu já estava a caminho  do asilo que ficava a duas quadras da minha casa, e por coincidência não ficava tão longe da minha atual escola.

O senhor Afonso iria fazer uma cirurgia para tratar um  câncer de próstata, e eu realmente não entendo muito bem sobre essas coisas e prefiro não saber, só o nome me assusta. Tenho tanta pena do meu velhinho favorito.

Conversei exatos 10 minutos com ele, e fui direto à escola. Não parava de pensar no quanto ele poderia estar com medo, apesar de ter me falado que não. Sei que sou muito cagão pra muitas coisas. Eu tenho medo de barata e todos os meus primos ficam me zoando por isso, dizem que pareço uma menininha. Que ódio que eu fico quando falam isso de mim, sou um homem e gosto de ser um, o fato de ter ou não medo de algo não vai mudar isso. Eu gostar de meninos também não muda isso, certo?