Epílogo.

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— Não sei por que você ainda está tão chateado... acontece com todos os caras de vez em quando. — Lili cobriu a boca com a mão e evitou os olhos de Cole. Este grunhiu, pegou a maçaneta e olhou feio para ela.

— Sério? Você jura que vai me dizer isso? Que acontece com todos os caras?

Lili encolheu os ombros e se encostou no umbral da porta.

— Ei, eu tô só defendendo meu noivo. Não é culpa sua que você não consegue desempenhar.

Xingando, Cole a puxou contra o próprio corpo.

— Amor, não acho que desempenho seja o meu problema.

— Não mesmo. — Lili sorriu para Cole e o beijou no nariz. — Mas, admita, quando
o urso apareceu na telona, você gritou como uma garotinha.

— Não gritei nada — fungou Cole. — O gritinho que você ouviu veio de uma menina de 6 anos que estava atrás da gente. Sério, que tipo de pais levam uma criança num filme de terror?

— Jura? — Lili ergueu as sobrancelhas. — Você percebeu como se deixou vulnerável
para eu zoar mais, ou não liga pro fato de que tudo que você diz facilita a minha zoação?

— Eu...

— Você gritou. Alto. O rapazinho simpático e cheio de espinhas que trabalhava no
cinema teve que fazer um anúncio, pedindo aos pais que retirassem todas as crianças pequenas.

Cole encolheu os ombros.

— Eu odeio filme de terror. Me processe.

— Você odeia bichos peludos.

— Ele tinha presas afiadas e massacrou uma família inteira.

— É só um filme, meu amor. Um filme.

Bem, o que ele poderia responder àquilo? Já tinha perdido metade da masculinidade no cinema ao gritar sem querer. Para sua defesa, o urso gigante na tela não o teria assustado tanto se Lili soubesse comer pipoca direito.

Havia um caroço de milho equilibrado no seio esquerdo dela. Cole sabia que era o
esquerdo porque ele o vigiava como uma aranha vigia uma mosca. Vigiava e esperava cair, para que ele tivesse uma desculpa totalmente ridícula para resgatar o tal caroço e depois dar uns amassos na noiva no meio do cinema.

Não era culpa de Cole o fato de sempre
ter tido vontade de se pegar no cinema com uma garota linda. E, se Lili não quisesse que ele se distraísse tanto, não deveria vestir blusas com decotes tão profundos!

— Você está suando? — Lili sentiu a testa do noivo.

Caramba, ele precisava de sexo.

Afastando a mão de Lili, Cole riu nervoso.

— Não, tá tudo bem. Vamos entrar?

— Vamos? — Lili franziu o cenho. — Ninguém atendeu à porta?

Cole encolheu os ombros e entrou na casa.
Nada em sua vida poderia ter preparado Cole para aquele momento.

Algumas coisas não podem ser esquecidas.

— Vovó! — gritaram em uníssono ele e Lili.

Ela estava no sofá, dando morangos com chocolate na boca do sr. Casbon. A cena não teria sido muito anormal para ela, não fosse o fato de estar vestindo uma quantidade diabólica de lingerie rosa.

— Ela seguiu meu conselho — sussurrou Lili.

— Victoria’s Secret! — A avó apontou o sutiã e piscou.

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora