Observando com lágrimas- Xicheng

Único

Namoro de quase dois anos indo, talvez para o fundo do ralo, e em instantes. Todos os momentos que passaram juntos foram completamente memoráveis, pena que memorável não quer dizer que aconteceriam para sempre.

Tantas felicidades e problemas que tinham encontrado no caminho, passaram juntos. No entanto, coisas infelizmente não podem ser evitadas, não é mesmo?

Como provavelmente a pessoa se cansar de si? Ou ainda pior, ela se apaixonar por outra? Machuca. Machuca muito.

Mas como anteriormente foi dito, acontecimentos não podem ser evitados. Como dizem "é a vida", certo? Porém, dizer que "é a vida" não muda o fato de isso ser extremamente triste e assombroso.

Lembranças são chamadas assim por algum motivo. O motivo? Algo do passado. Algo que não vai mais voltar.

Arrependimentos. Lembranças trazem arrependimentos e muitos por sinais. Quem nunca se lembrou de algo e pensou: "Poxa, eu poderia ter feito de outro modo naquele momento!".

Pois é, até poderia, mas será mesmo que seria diferente? E isso resulta em paranoias que lhe perseguem, em todo o momento, em todo o segundo.

Paranóias, arrependimentos, lembranças, tudo rondava Cheng. Rondavam tanto, que estava tonto de tanto pensar.

É sério isso?

Tem um ditado que é mais ou menos assim: "Tudo que um dia começa, um dia acaba."

Parece que agora ele pode se concretizar.

Agora o porquê de tudo isso? Isso são pensamentos de alguém com dúvidas e dúvidas, e mais dúvidas.

Por que um relacionamento de dois anos acabaria? Ele também não sabia, mas quanto mais pensava mais vinham lembranças, e quanto mais lembranças mais seriam os arrependimentos e paranoias de algo que nem aconteceu ainda.

"Cheguei!" Entrou em casa vendo Xichen em uma das cadeiras da sala.

"Oi, será que podemos conversar?"

Medo.

"Claro. Pode ser depois do banho?" Colocou a bolsa em cima da mesa.

"Estarei esperando."

Péssimo. Isso está péssimo! Conversar?

Pensar em incertezas enquanto tomava seu banho era um péssimo jeito de tentar parar com a ansiedade.

Horrível. Isso está horrível! Tão frio? Congelante! Deve ser coisa da sua cabeça! Ele só deve estar cansado.

Cansado ou não, machucou.

Mas ele vai enfrentar, enfrentar o que for e o que seja.

"Sobre o que quer conversar, Huan?" Sentou na cadeira de frente.

"Sobre nós."

Milhares de pensamentos.

"Sabe, antes de estarmos namorando, éramos amigos, melhores amigos. E mesmo sabendo que vou magoar você, eu não quero, mas preciso."

"Pode falar de uma vez."

Ansiedade. Ansiedade. Ansiedade.

"Quero terminar, Cheng."

Reaja. Reaja. Reaja.

"Tudo bem. Tem motivo?"

Não chorar. Não chorar. Não chorar.

"Eu conheci uma pessoa, e ela me faz bem, muito bem. Não traí você, de jeito nenhum, nunca me perdoaria por isso. E espero que você me entenda."

...

"Tudo bem, isso acontece."

Uma hora ou outra..

"Eu não quero perder sua amizade, ela é muito importante para mim, e não suportaria perder ela. Amigos?"

Levantou, abriu os braços e Cheng retribuiu.

Como se abraçasse mil agulhas que furam o seu corpo.

Dor. Dor. Dor

"Claro, ainda amigos."

Lágrimas.

Sozinho, ele não reagia. Lágrimas desciam de seus olhos e nem percebia. Mordia cada vez tão forte a boca que sangrava. Dor? Fisicamente não. Emocionalmente e psicologicamente? Sim.

Tudo passaria com o tempo, não é?

"Que pena! Mas você, tão jovem, vai conseguir alguém bonito e amoroso. Não desista!"

Quem disse que ele queria desistir? Tem alguma outra opção além dessa?

Um ano. Um ano de angústia.

Um ano que passou com as suas lembranças de um tempo tão bom, que sentia falta.

E vocês se lembram? Lembranças trazem arrependimentos, e arrependimentos trazem paranóias.

Paranóias essas, que não estão nem longe de acabar.

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Espero que tenham gostado!
Bjusss🤍🤍🤍