Kim Taehyung gostava de gastar a maioria de seus dias no parque, mas vivia um momento particularmente especial observando as graças da estação da primavera. Para ele, a estação era quase um retrato do etéreo, que trazia consigo as flores cheirosas q...
• Primeiramente, um "olá" para quem está lendo essa oneshot. Agradeço de coração.
• Em segundo lugar, um obrigada para a capista incrível que encontrei por acaso no twitter e para os meus beta readers — e melhores amigos — Ju e Dani (e Liezinha, que me deu um feedback). Não seria nada sem vocês!
Também vou criar uma tagzinha no twitter (#SpringDayTK), se alguém quiser comentar sobre a one. Meu user é @tkkgoth, se quiser me marcar ;)
Dito isso, uma boa leitura a todos. 💕
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
"Estou soprando sua fria lembrança como fumaça, como fumaça branca. Eu digo que vou te apagar, mas na verdade eu ainda não consigo te deixar ir." — Spring Day, BTS
Foi em meados de abril, no auge da primavera, se me lembro bem. Essa foi a época em que encontrei, pela primeira vez, aquele que se tornaria para sempre o dono de meu coração. De imediato fiquei encantado, e quanto mais o via, mais meu coração dava pulos e rodopios, ávido em meu peito.
O observava no parque todos os dias, durante as tardezinhas calorosas e aconchegantes da estação primaveril. Ele ficava sentado no banco, com as pernas para cima, cruzadas em forma de borboletinha, enquanto rabiscava fervorosamente num caderninho negro. O bloquinho tinha a mesma cor de seus olhos, que possuíam um brilho hipnotizante. Infinitas estrelas, que cruzavam suas íris sem parar. Seu olhar carregava uma galáxia inteira, que podia ser notada à distância, tão clara e reluzente quanto a do céu que cai sobre nossas cabeças à noite.
De vez em quando, ele parava de desenhar, deixava o pequeno caderno de lado, e assistia o vento soprar algumas poucas folhas das cerejeiras, que haviam recém desabrochado no vergel. Soltava um riso bonito, como se estivesse diante do mais belo espetáculo no mundo, e a brisa suave carregava sua risada doce até meus ouvidos, me arrepiando por inteiro.
Eu ficava sentado num banco mais afastado, bebendo lentamente um copo de café quentinho, envergonhado demais para me aproximar e engatar uma conversa. Criava alguns diálogos mentais, imaginando assuntos que poderíamos compartilhar, mas todos pareciam bobos, completamente rasos, sem pé, nem cabeça. Por isso, apenas olhava-o de longe, encantando com sua doçura e singeleza.
Ele já frequentava o lugar há uns três anos, assim como eu, mas aparecia por lá apenas na época da primavera. Só sabia que ele era de Seul, pois estudávamos na mesma escola, embora ele fosse um ano mais novo. Também o via pelos corredores, bem de vez em quando, mas ele nunca estava carregando seu bloquinho, e nem sorrindo da forma singular e arrebatante que eu costumava vê-lo fazer em meio às flores coloridas do parque. Na maioria das vezes, na verdade, estava carrancudo, gritando palavrões aos ventos, ou com uma expressão apática, de quem está cansado demais para qualquer coisa.
