Voltamos pra minha casa, e Fernanda já havia ido embora, minha mãe me olha torto, mas, fala conosco.
- O quarto da Karen está arrumado pra que possa se acomodar. - Comentou brevemente.
- Não quero incomodar, Júlia irá me levar embora agora mesmo.
- Não mesmo! Está tarde, e a estrada é perigosa. Amanhã cedo vocês tomam café e aí sim minha filha te leva embora.
Karen ficou desconfortável mas, aceitou o que minha mãe disse. Minha coroa sabe ser bem persuasiva quando quer.
- Bom, então se me dão licença, vou deitar... Boa noite e obrigada pela hospitalidade.
- Meu filho irá te mostrar onde é o seu quarto, pode subir. Boa noite.
Quando fui a cozinha para comer algo, minha mãe me segue e quase me encurrala na parede.
- Agora você vai me explicar tudo que está acontecendo aqui!! E quanto a Fernanda também! Ela é uma mulher certa!
- Certa?? Você sabe bem o que ela já fez comigo! Nós nunca namoramos sério, ela nunca firmou nada comigo! E Karen não é nada minha também mãe!
- Mas eu percebo o quanto Karen te quer, mais do que a Fernanda!
- Mãe pelo amor de santo Cristo!! Pare de ser tão...
- Tão o que Júlia?! - Encarou cruzando os braços.
- Tão apressada com as coisas, eu não tenho intenção de firmar nada com ninguém. Karen é apenas parte do meu trabalho e Fernanda nunca vou saber o que tenho com ela.
- Sinto que Karen mexeu bastante contigo, mas, o que sabe sobre essa mulher? Qual passado dela? E as intenções dela contigo? E esse problema dela com a suposta ex, que a inferniza? Será que a ex que é a vilã?
- Mãe!!! Você tá pior do que jornalistas de TV, essas perguntas são boas, mas, não tenho nada a te responder por enquanto, ok? Agora posso comer?
- Sim, desde que me informe tudo sobre essa Karen quando encontrar qualquer informação dela durante a investigação.
Minha mãe é investigadora aposentada, da polícia federal, por isso é cheia de cismas. E meu pai é servidor público aposentado, do Ministério Público Federal.
- Quem fez essa sobremesa maravilhosa?!
- Fernanda deixou pra você... Foi ela que fez o cuscuz, ia ser uma surpresa, mas, você foi atrás da Karen durante a janta e nisso que demorou muito a coitada foi embora.
Ouvia a "chefe" e comia igual um trator, sempre respeitei minha mãe muito, sei que só quer meu bem, mas, acho que exagerou em relação a Karen, apesar dela também ter me deixado bastante dúvidas. Assim, como Fernanda sempre me deixou com dúvidas. Por isso estou solteira, mulheres são complicadas. Com Karen não sei exatamente onde estou pisando e com Fernanda sei onde estou pisando mas, não tenho certeza se é um local seguro, por conta da instabilidade dela referente a estadia.
- Com licença, posso pegar um copo de água pra levar?
Aparece Karen com um pijama que possivelmente minha mãe deixou pra ela. E reparei bem no corpo dela, mesmo estando bem tampado. Karen percebeu meu olhar nela, e ficou corada.
- Claro, eu pego. - Fui toda desajeitada, e minha mãe só observando de braços cruzados, estando já meio distante da gente.
- Está sem sono Júlia? - Perguntou Karen numa voz sonolenta.
- Estou com fome, e se eu não como, não durmo.
- Essa aí se deixar comer até a mesa, Karen! Nunca vi uma mulher comer tanto, pior do que pedreiro de obra!
As duas riram juntas e gostei de vê-las interagindo de forma mais agradável.
Servi a água no copo, e, percebo Karen me observando com certa vontade de rir, enquanto minha mãe falava com ela sobre mim, tenho certeza que era. Mães... Sempre falam mal da gente pros outros! Elogiar que é bom, nada!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sob a luz do Sol
Historia CortaUma investigação policial fora do protocolo, romance intenso, sedução, resistência, emoção e instinto policial combinam?