Capítulo único.

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Oi, oi, oi!
A capinha foi feita pela becca baepkive. Obrigada amo <3
Um aviso importante: a história, ainda que de forma leve, fala um pouco sobre morte. Se você perdeu alguém recentemente ou está se sentindo sensível ao tema, por favor, não leia. Respeitem a saúde de vocês. Se cuidem. <3

Espero que gostem ;). Boa leitura!

[…]

Min Yoongi olhou para trás no último instante, mas já era tarde demais para se defender e o veneno de alho entrou lentamente no seu corpo. Ah, ele iria matar Taehyung e Jeongguk, de novo.

— X —

Jimin murmurou um palavrão que faria a sua mãe ficar roxa de vergonha. Mas ele simplesmente não conseguiu evitar, o xingamento deixou os seus lábios quando ele se viu frente a frente com o seu quinto cadáver.

Estava começando a se perguntar se não tinha escolhido a profissão errada. Talvez devesse ter se tornado um médico legista ao invés de um maquiador, já que ele passava igual tempo com os mortos.

Na primeira vez que maquiou um morto, ficou em chamada de vídeo o tempo inteiro com Hoseok — o que não ajudou muito, já que o seu amigo ficava dizendo que tinha alguém atrás dele e essa brincadeira quase fez Jimin urinar nas calças —, agora, o silêncio que fazia na sala era bem vindo. Às vezes se sentia de bom humor o suficiente para ligar uma música e cantar, mas naquela noite não estava se sentindo bem o suficiente para aquilo.

A pior parte de maquiar aquele tipo de cliente era ler a causa da morte deles. Até agora Jimin tinha lidado apenas com pessoas idosas morrendo de velhice, mas quando encarou o rosto petrificado do jovem de 28 anos sentiu um arrepio passar pela sua espinha. Min Yoongi tinha morrido de envenenamento e Jimin sabia que a imagem dele usando um terno e deitado dentro do caixão com uma cruz sinistra iria persegui-lo pelo resto de sua vida.

Toda vez que via alguém de idade próxima dos seus 26 anos morrer, se sentia sobrecarregado. Parecia que a morte começava a bater na sua porta e gritar que ele iria morrer logo, logo. Se não estivesse precisando tanto de dinheiro, com certeza estaria em casa assistindo a um filme ao invés de estar em uma funerária com nada além de um corpo sem vida como companhia.

— Ah, meu pai, na outra vida eu devo ter sido um rico filho da puta. — Colocou a mão na boca quando percebeu que tinha xingando de novo e mentalmente pediu desculpas ao morto.

Respirou fundo e não pôde deixar de encarar o defunto. Era estranho, pensou, ele não cheirava a formol e, mesmo que estivesse morto há mais de um dia, a sua aparência não estava tão ruim, quase parecia como se estivesse apenas dormindo.

Não, não, não. Jimin balançou a cabeça para se livrar daqueles pensamentos perigosos. Faltavam dois dias para o Halloween e a última coisa que ele precisava era da sua mente inventando paranóias fantasiosas.
Pegou a base e o pincel; o rosto do defunto era limpo e não precisava de corretivo, tirando algumas manchas escuras debaixo dos olhos, ele estava bem.

Jimin passou com calma o pincel pela tez clara e sentiu-se cada vez mais estranho com aquele rosto jovem estendido sem vida na sua frente. Sua mãe ficaria orgulhosa ao saber que ele iria marcar um check-up completo na manhã seguinte; melhor prevenir do que remediar, como ela sempre diz.

— A pior parte de saber que você morreu envenenado, é não saber quem fez isso com você. — Soltou um muxoxo infeliz e se virou para pegar o blush, que era a peça da maquiagem que ele geralmente mais usava em clientes mortos, já que eles estavam sempre precisando de uma corzinha extra. — Quer dizer, sei que soa horrível e sem coração, mas tô curioso demais. E doido pra saber se já pegaram o assassino. 

MorceGuinho [yoon.min]Onde histórias criam vida. Descubra agora