O céu escuro se estendia como uma manta negra ao cobrir a cidade de Tóquio, que infelizmente graças as milhares de luzes artificiais espalhadas na grande metrópole não era possível ver as milhares de estrelas espalhadas pelo céu – vendo apenas uma ou outra – mas ainda sim, estava lindo. A noite estava excelente. Calma, agradável e trazendo um friozinho para os amantes da estação que estariam lisonjeados; se ostentando debaixo dos cobertores e com um balde de pipoca nas mãos. Um sonho de consumo, em outras palavras.Paz, é o que se tinham no momento.
Localizando-se em um dos prédios ao leste do centro, no apartamento de n°105 um casal encontrava-se deitados e abraçados, ao menos por parte do rapaz, que circulava seus braços a cintura da mulher puxando para si de forma protetora. O contato era suave e carinhosos tendo sua cabeça em um dos ombros da jovem descansando a mandíbula no ombro esquerdo e sua mão que antes segurava a cintura, subiu indo em direção para o ser que repousava no colo aquecido de sua progenitora.
Os curtos fiapos de cabelos ralos deixava aparecer que puxou a coloração de rosa salmão de seu pai, o rosto era pequeno e delicado, de pele clara mas coradinha. Uma linda garota. Mesmo não vendo os olhos - o que matara de curiosidade, o formato era os de Kugisaki mas e a cor? Laranja como os de sua (agora) esposa ou castanhos claros como os seus? – já que as pálpebras são extremamente frágeis e poderia levar um tempo até ela resolver abrir seus olhinhos.
-Pensar que passamos por tanto sufoco, para nos encontrarmos assim.- pronunciou, atraindo a atenção do jovem. Os olhos demonstravam uma enorme confusão. -N-Não que eu esteja reclamando, não é isso. Mas é que... eu não me imaginava encontrar deste jeito.
Se afastou um pouco, saindo do aconchego. Rindo em seguida.
-Eu sei o que quis dizer.- explicou. -Gosto de mulheres morenas com um bumbum avantajado.- riu. -eu era tão idiota.- balançou a cabeça negativamente. Era um pouco difícil de acreditar o rumo que sua vida tinha pego, ainda corria perigo mas se comparar hoje com antigamente, hoje é suave.
Suave agora também. Porque antes de sua mistura com Nobara nascer foi um perrengue que ambos passaram. A descoberta e até chegar o dia do nascimento, foram meses de perseguição. O que iniciou com algo como “-Não tem o que temer, é apenas uma gravidez psicológica. Com tais cuidados passará logo, minha jovem.-“ foi o que o doutor disse quando ela apresentou pela segunda vez os mesmos sintomas. Sinceramente ela não havia tido e nem dado nenhuma importância já que teve uma vez, uma segunda não seria tão complicado. Era o que pensava, enquanto uma de suas células - agora junto a de Yuji – se instalava na parede de seu útero, de verdade, se não fosse pelo quarto mês ela não iria acreditar mas de fato estava grávida. Desde de o começo, estava grávida de verdade.
Ameaças de morte, sequestro envolvendo a saúde de Nobara e da criança fora as tentativas de matá-las. A situação estava tão crítica e tão fora de controle que Kugisaki chegou a desistir da ideia de ter a criança, chegando a mencionar que queria abortar. Yuji ficou paralisado. Ela queria desistir.
Ela queria desistir de tudo.
Ele nem sequer queria acreditar. Havia gostado tanto da ideia de ser pai, para ela chegar e dizer que não o quer mais.
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Gravidez Psicológica... foi o que disse
FanfictionAinda lutavam e batalhavam dia a dia tendo que colocar as miseráveis das maldições em seu devido lugar. Era maldição de um lado, execução de Yuji se aproximando e como se não bastasse seus probleminhas aumentaram ainda mais, ao ouvir aquelas cinco p...