02. Recepção não muito amigável

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• Tomás •

Bruno foi em rumo a secretaria e eu segui o mesmo ao invés de ficar olhando para aqueles rostos que me encaravam que pareciam ter medo de se aproximar pra iniciar uma conversa.

- Olá, sou Bruno Martini Castro. Eu e meu irmão Tomás somos novatos no colégio. Tem como nos informar o número da nossa sala? - perguntou enquanto eu olhava em volta admirando os detalhes minimalistas daquele lugar.

- Poderiam me in... - a morena de olhos de mel que nos atendia foi interrompida por uma mulher que parecia ter por volta dos 50 anos enquanto saia de uma sala vindo em nossa direção.

- Meninos Martini Castro, me sinto privilegiada de conhecê-los! Aguardava vocês ansiosamente. - encarava a mulher com o cenho franzido sem entender toda sua declaração para nós dois

- Nós também estávamos ansiosos para iniciar as aulas no seu colégio. - agradeceu meu irmão e só então percebi que a loira de óculos havia saído da sala que tinha uma placa escrito: "Diretoria" na porta.

- Sou uma grande fã da sua mãe Carolina Martini e de suas grandes redes de restaurante. - falava a mulher com os olhos brilhando de felicidade, realmente sua admiração por minha mãe era grande

- Pode deixar que eu e Tomás vamos disser a nossa mãe sobre seu afeto pelo trabalho dela - Bruno sorri gentilmente e olha pra mim acenando com a cabeça pra que eu falasse alguma coisa

- Sim, pode ficar tranquila Senhora Pires - notei seu nome destacado no crachá da moça de altura mediana

- Ah meninos, chegaram na hora certa! - ressaltou ela olhando pra trás da gente

Ao me virar pra trás, dois morenos altos tatuados nos olhavam com uma afeição séria sem ao menos dar um sorriso. Um deles mexia no celular e não parecia estar muito feliz com a nossa presença.

- Esses são João Pedro Batista do 3°B e Lucca Vilela do 2°A. - ela falou sorrindo pra eles - Meninos, esses são seus novos colegas de classe, Bruno e Tomás Martini.

A recepção não foi muito boa, pelo jeito os garotos já nos conheciam igual a muitos naquele colégio. Trocamos o mínimo de palavras e ambos nem pareciam ser muito amigáveis com qualquer pessoa. A diretora forçava um contato, o menino mais alto de cabelo amarrado e braços fortes parecia não ter mais saco para aguentar o que a Sra. Pires falava. Até ela pedir que ele acompanhasse meu irmão até sua sala, e o Lucca, o garoto mais baixo, me levasse até a nossa sala, onde seríamos companheiros de classe durante o segundo ano.

- Então... Já estudava aqui? - tentei quebrar o silêncio que pairava no ar enquanto Lucca mal olhava em minha direção

- Olha, eu só vou te mostrar a sala como a diretora pediu, tá ligado?! Não precisamos forçar uma conversa como se eu fosse um cara legal. - me surpreendi arregalando os olhos

- E por que não seria?! - franzi o cenho enquanto ele revirava os olhos

- Tu é um filho de papai mimado que com certeza não sabe muito sobre a vida, muito diferente da minha realidade. Só não força!

Tá, não esperava por essa recepção calorosa e maravilhosa, digo bem ironicamente. Não tentei "forçar a barra" como ele dizia e me sentei ao meio da sala na terceira carteira enquanto alguns alunos ainda entravam pela porta. Entre eles, duas garotas que riam chamando atenção e se sentando em uma carteira ao meu lado e a outra em minha frente sem ao menos trocarmos algum olhar.

Por mais dias assimOnde histórias criam vida. Descubra agora